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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ah, o carnaval...


Carnaval é a data que todo brasileiro típico espera. Festa, mulheres lindas e semi-nuas, muita bebida e mais festa. Ou pelo menos essa é a imagem que eles sempre tentam passar da comemoração mais característica do Brasil.

Pois é, concordo com tudo isso, mas queria poder vir aqui e dizer: “Uau, o carnaval foi ótimo, pulei, peguei várias mulheres e me diverti bastante”. Desculpa meus (2) leitores, mas não dá pra mentir... eu trabalhei o carnaval inteiro.

Isso mesmo, trabalho! Muita gente esquece que, enquanto todos se divertem, alguns estão ralando para que tudo saia de acordo com a expectativa das pessoas. E eu sou um desses. Um dos meus bicos é como caixa do restaurante de um clube, ou seja, trabalho nos dias e horários que todo mundo está se divertindo (sábado, domingo e feriados). E no carnaval não foi diferente...

Seria divertido se não fosse cansativo. Sábado foram cerca de 400 pessoas. Domingo foram 700. Segunda 400, terça 1000 e quarta umas 100. Saldo do carnaval: 2700 passaram pelo clube, todos esfomeados indo no restaurante a todo momento.

E para completar, uma banda de pagode tocou no domingo e na terça. Eu sempre digo que um palco com mais de seis microfones nunca é uma coisa boa. E não errei... vou ter que admitir que a banda tocava bem, mas a pior parte foi ver as gordas com micro biquínis dançando e mandando beijinhos para os cantores. Tinha uma que parecia uma gelatina chacoalhando, sem brincadeira...

Eu esqueci de comentar que no clube que eu trabalho só vão mulheres muito bonitas [/ironia]. No carnaval inteiro, vi apenas uma mulher que valia a pena investir. Mas como estava tão ocupado no meu caixa, nem deu para perguntar o nome!

É claro que não vou falar o nome do clube por questões de segurança. Vai que alguém de lá lê esse post e resolve tirar satisfações... se isso acontecer, semana que vem não tem texto, viu!

Mas pelo menos para uma coisa valeu ter trabalhado... ah, como é bonita minha camisa nova do galo!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Vingança


É, ao que parece, nosso caríssimo leitor Fanta Uva estava certo em seu último comentário aqui no 3B. O pessoal da Google deve ter mesmo lido meu post e não devem ter ficado lá muito felizes com minha singela crônica “futuro-pessimista”.

Explico-me. É que, graças à nossa querida mega-corporação mundial dos negócios digitais, eu tive uma quarta-feira, no mínimo, diferente.

Acordei com um plano simples e divertidíssimo: um piquenique no Parque das Mangabeiras. Bom, não foi no Parque das Mangabeiras e não foi exatamente o que eu chamo de piquenique, mas foi ótimo.

Como todo plano simples, esse também tinha um simples problema para resolver: Como chegar lá? Belo Horizonte é uma cidade enorme e o site BusOnline ajudava muito qualquer desavisado a se encontrar. Já deu pra perceber que eu era um dos que mais acessavam o site. Mas, desde do dia 22 de janeiro ele está fora do ar porque, nas palavras dos idealizadores, “consideramos cumprida nossa missão”, já que agora existe o poderosíssimo Google Maps.

O que eu podia fazer? Consultei o famigerado Google Maps. Até que foi fácil de usar e ele me indicou um ônibus que me deixaria na porta. Nessa hora toca meu telefone:

- “Mizaru, Mangabeiras está fechado. Vamos para o Parque Ecológico da Pampulha, perto da sua casa” – Disse um colega meu.

Ah sim, muito perto. Pesquisei no portal da Google e ele, pra começar, nem achava o lugar. Depois de algumas tentativas, encontrou e indicou um ônibus que me deixaria - destaque para o que você lerá agora leitor - há 300 metros do destino. Há 300 metros bastaria seguir caminhando. Simples, não é mesmo?

Não, não é. Peguei o ônibus que me deixou na orla da famosa, linda e “vocês todos devem conhecer” Lagoa da Pampulha. Por mim, já estava praticamente na porta do parque. Afinal, o parque chamava “`Parque Ecológico da Pampulha”, não devia ser tão longe assim. Pedi informações ao primeiro casal que passou por mim praticando Cooper. Passou por mim mesmo! Viraram a cara e fingiram que eu simplesmente não existia. Na segunda tentativa abordei alguém que estava andando, ia ser mais difícil me ignorar se estivesse andando. A menos que a pessoa, subitamente começasse a correr como uma louca... Não, mas esse não foi o caso:

- Olá, bom dia. Onde fica o Parque Ecológico da Pampulha?

- Você não está pensando em ir a pé? Está?

Eu não queria parecer idiota e responder que sim, fiquei calado. Não deve ter adiantado muito pela cara e o esforço para não rir que o rapaz fez.

- Bom, siga pela orla.

Parei outra pessoa, queria uma informação mais precisa.

- I have no idea! But a Lagoa é linda, congratulations!

Esse também não ajudou muito, quarta tentativa.

- Putz! Até o Parque? Cara, você sabe quantos quilômetros tem a orla da Lagoa?! [18 km] O parque fica mais ou menos na metade. Passa um ônibus que vai pra lá... Segue pela margem que você pega ele. Mas andando? Só amanhã...

Ele saiu rindo, provavelmente da minha cara de “putz, 300 metros, né Google Maps?! 300 metros....”

Segui andando do quilômetro 10,7 até ao 17,1... Isso mesmo, quase SETE quilômetros de caminhada! Sempre olhando para trás, vendo se o bendito busão não vinha.

Se eu fosse um cara rabugento teria ficado com raiva. Se eu fosse. Mas a vista da lagoa é tão linda, todas aquelas pessoas a toa e ricas, correndo como se não houvesse amanhã. O povo maluco que sempre pesca por lá. O esgoto que sempre escorre sem tratamento. Os barrancos no meio da lagoa devido ao assoreamento... ai ai... É a beleza dessa terrinha montanhosa.

Enfim, depois de fazer minha meia volta da Pampulha, o ônibus finalmente apareceu. Peguei e ainda corri uns 10 minutos com ele [300 metros...]. Quando cheguei ao bendito parque.... fechado.

Mas foi divertido, encontrei quem devia lá e fomos pro meio da praça fazer o piquenique. Não era exatamente um piquenique porque não foi num parque, foi, literalmente, no meio da praça! De qualquer forma aposto que não poderia ter sido mais divertido, ou poderia?

 

P.S.: Eu declarei guerra ao Google! De hoje em diante, todos meus problemas serão culpa deles! Se você é como eu e está procurando alguém para culpar por qualquer coisa, Join us! rsrs

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Segunda Feira eu começo...

Acabo de começar uma nova dieta.
Supostamente, ela vai me ajudar a ganhar massa muscular. Todos se supreendem quando falo "estou de dieta", porque a palavra adquiriu uma conotação de emagrecer (o que, em consideração universal, eu não preciso).

Pois bem, eu estou, apesar de comendo muito mais do que achei que era capaz, feliz com minha dieta. Mais do que feliz, eu me aferro a ela como um marujo cujo barco afundou se aferra a um barril flutuante: Se for escutar todos os conselhos que ouvi ate agora, meu corpo explode. "Coma proteína", "NÃO coma proteína", "Carboidratos? Nem são tão importantes", "Carboidratos são ESSENCIAIS, ouviu?", "Pode dar uma relaxada esse dia", "A dieta é veinticuatro horas, trezentos e sessenta dias".

O que me leva a pensar, claro, "dieta é como... hobby. Cada um tem o seu. E eu tenho a MINHA!". O que ajuda um não pode ajudar o outro, certo? Até por que nem todos precisamos da mesma coisa: Um precisa de emagrecer sem perder músculo, o outro precisa ganhar músculo sem ganhar gordura, o outro precisa de perder gordura e que se dane o músculo... E aí eu penso (de novo, porque todo esse negoço de dieta tá me fazendo pensar pra caramba) por que todos querem meter a colher na minha dieta? Me deixem em paz, caramba! Eu vou escutar a nutricionista e o resto que se dane...

Mas eu sou uma alma caridosa. Por isso passo a vocês uma lista das MINHAS sugestões para uma dieta sudável:

- Para perda de gordura: Feche os olhos, respire fundo e acorde no verão seguinte. Essa técnica milenar, conhecida como hibernação, queimará sua gordura antes de você conseguir dizer "Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outrubro, Novembro, Dezembro".

- Para perda de músculo: Se você quisser de fato perder músculo (e cada um pode ter seu motivo, como uma ex-miss músculo que descobriu que, na verdade, gosta de homens) não faça nada por um tempo. Isso pode ajudar. Ah, e pare de comer. Quando atingir o resultado desejado, e se você ainda estiver vivo, volte a suas atividades normais, mas nada de treinar, ok?

- Para ganho de gordura: Assita um filme chamado Super Size Me. Ele é autoexplicativo. O bônus disto é que, ainda por cima, você poderá processar grandes corporações por sua própria estupidez! Não é maravilhoso?

- Para ganho de músculo: Reze. E não necessariamente a Deus.

- Para ser feliz: Não faça dietas.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Que comece a guerra...



Quarta-feira foi dia de War. Eu e meus amigos nos reunimos para aproveitar uma tarde livre nas férias jogando alguma coisa divertida. E tudo fica melhor quando as pessoas são boas estrategistas e vão fazer de tudo para atingir seus objetivos e ganhar.

Calma... ficou perdido? Não conhece nada de War? Aqui vão instruções básicas de um macaco para os iniciantes.

O War é baseado em um jogo norte-americano chamado Risk. Os dois, na verdade, são bem parecidos. As únicas coisas que mudam são algumas regras e posições de territórios. A versão mais clássica do War é composta por um tabuleiro com o desenho de um mapa do mundo completamente dividido.

Nesse momento é bom esquecer a geografia, porque quase nada lá corresponde aos reais territórios. No lugar da geografia que você esqueceu, acrescente um pouco de técnicas de guerra e estratégias, porque é basicamente isso que você irá precisar. No início do jogo, cada jogador recebe um objetivo que deve ser cumprido para que ele atinja a vitória.

E é aí que tá a maior graça do War. É na hora de cumprir seu objetivo que você deve montar a estratégia perfeita, pensar como um general em uma guerra, manipular os outros jogadores para que eles façam exatamente o que você quer que eles façam. Toda a capacidade intelectual da pessoa é testada...

Mas é claro que, como um bom jogo de tabuleiro, outro fator importante é a sua sorte. Os ataques são baseados em jogadas de dados, assim como as defesas. Se tiver um pingo de sorte, uma boa estratégia e uma lábia fantástica você consegue ir longe!

Tá, se você conseguir juntar todos esses atributos você vence. E vencer uma partida que pode durar mais de três horas é tão gratificante, só quem já venceu uma emocionante disputa sabe o que é isso.

Como quarta eu ganhei colocando 50 tropas no Oriente Médio, eu posso bem dizer o que é isso. E para os (2) leitores desse blog, quem quiser me chamar pra jogar, é só me avisar que eu tô dentro!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Bad server


Fechou a boca, entreabriu os olhos lentamente, girou na cama devagar e se deixou ficar ali um pouco mais... Dois segundos mais. Foi o tempo que seu cérebro levou para processar as horas que viu no despertador: 08:25!

 - Maldito despertador! Estragou de novo?

            Como sempre, não haveria tempo para arrumar a casa. Vestiu rapidamente a primeira camisa que viu pela frente. Escovou os dentes resmungando do despertador. Olhou no espelho, estava horrível, pensou em pentear os cabelos – 08:29!

Voltou para o quarto, juntou todos os papeis no chão e colocou na mochila. Roteiros, pautas, transcrições, matérias escritas pela metade, fotos... Por algum motivo ele não gostava muito de digitalizar seus trabalhos, sempre tinha uma cópia impressa. O motivo? Alguma coisa a ver com o “jornalismo romântico”, sem crtl+c / crtl+v.

            Ao sair da garagem, ligou o rádio, nada.

            Nada, nenhuma estação estava funcionando. Marcos se lembrou que o despertador havia estragado também, estranho. Ele teve a sensação de que estava deixando passar algo muito importante. “Por que ninguém da redação ligou? Eles sempre ligam em caso de atraso”. Quando pegou o celular para verificar as chamadas perdidas, sem sinal.

            Marcos olhou para as pessoas na rua. Elas não estavam apáticas como de costume, estavam assustadas, corriam desesperadamente para todos os lugares.

            Nesse momento, alguma coisa atingiu o vidro de seu carro. Assustado ele conferiu que não passava de uma folha de papel. Olhou novamente, com mais cuidado. Não era uma folha de papel qualquer, era a edição de hoje do jornal onde trabalhava. Uma edição estranha, em folha única, como panfleto. Um pequeno texto confuso sob a manchete: Desconectados!

            Marcos saiu desnorteado do carro. A redação não era tão longe, ele conseguiria chegar andando. Enquanto caminhava ouviu os boatos pelas calçadas. Diziam que era o maior ataque terrorista de todos os tempos, que era o fim do mundo, que os “caras de colarinho branco” haviam passado dos limites. Era o caos completo.

            A redação estava vazia. Subiu os degraus do prédio, antes barulhento, como se subisse a torre de uma masmorra abandonada. Chegou à sala do Editor. Ele era um homem baixo e gordo, com bigodes enormes e uma careca reluzente. Geralmente enérgico e impassível. Agora parecia um órfão abandonado e aos prantos.

            - Marcos? Marcos?! É você mesmo?

            - O que está acontecendo, Brandão? Onde está todo mundo?

            - Ninguém veio. Eu fechei a edição especial sozinho. O jornal está acabado. Tudo está acabado.

             - Eu não estou entendendo nada! Olha, aquele whishy de ontem acabou com minha cabeça. Explique melhor esse papo de “tudo acabado”.

            - Em que mundo você vive, Marcos? TUDO ESTÁ ACABADO! TUDO! Todas as redes de comunicação foram cortadas, ninguém sabe como nem porquê. Sem internet, sem rádio, sem televisão, telefone, telégrafo, até as bolsas de valores... Tudo está fora do ar.

            - Como isso pôde acontecer? O que o presidente tem a dizer? O prefeito?

            - Não há como saber.

            - Ah sim, sem telefone...

            - Você entende agora, garoto?! É o fim do Jornal. Não esse, mas todos. Sem radiojornais, sem telejornais, sem portais de notícias... Nós estamos de mãos atadas! Como apurar sem internet? Sem telefone? Tudo está acabado...

            Marcos não comentou nada e se aproximou da janela. AlQuaeda? Hackers? Acidente? A campanha de marketing de guerrilha mais idiota do mundo? Tudo parecia igualmente sem nexo e instigante. Seu coração começou a acelerar. Alguma coisa a ver com o “jornalismo romântico”, sem crtl+c / crtl+v. Ele acendeu um cigarro.

            - Eu não sabia que você fumava. – Comentou Brandão.

            - Eu não fumo. As impressoras ainda estão funcionando, certo?

            - Claro...

Nem esperou o Editor terminar sua frase, juntou uma caneta, um bloco de papel e foi em direção à saída. Esse era o maior acontecimento da história e ele não ia deixar passar em branco. Ia, Deus sabe como, descobrir a origem disso tudo, o motivo, os responsáveis. Correr atrás, literalmente. Entrevistar pessoas, mexer alguns pauzinhos... Só precisava de mais uma coisa. Olhou para trás:

            - Brandão, você viu onde eu guardei minha moleskine?


P.S.: O Google vai dominar o mundo

   

E olha que isso já tá desatualizado: Google Latitude

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Incarnavável

- Mãe!

- Que foi?

- Cadê meu biquini?

A mãe põe a cabeça para fora do chuveiro.

- E por que você quer seu biquini, filha?

- Não enche, mãe. Cadê?

A mãe se irrita e puxa a toalha. Seu banho definitivamente foi interrompido.

- Filha, eu não vou dizer nada até você me explicar por quê quer o biquini.

- Tá bom - diz a filha, rolando os olhos para cima - Eu e umas amigas decidimos que vamos pular o Carnaval de biquini, tá? Satisfeita?

- Não! Você está louca? Pular o carnaval de biquini, ora essa! Se seu pai...

A mãe se cala. Lhe veio à cabeça uma lembrança, a imagem do seu marido, pulando Carnaval de biquini. Ela vestia sunga dele. Sacode a cabeça, tentando se concentrar.

- Olha, filha, acho impróprio...

- Mãe, que bobagem! Se você tivesse visto o ano passado, quantidade de meninas fazendo topless... Biquini é até razoável.

A mãe demora a responder, lembrando um carnval, ainda mais antigo, quando perdera seu sutiã no meio do desfile e só achara depois, inexplicávelmente, numa gaveta da casa do diretor de uma renomada escola de samba.

- Está no cesto da roupa recém lavada, embaixo das toalhas - diz, mecânicamente - Mas filha, eu realmente não acho boa idéia, principalmente se for levar o namorado...

- Mamãe, o Gui e eu estamos juntos há dois anos.... Não tem perigo.

- Perigo de quê?

- Do que quer que seja que a senhora está pensando.

O que a senhora está pensando é que, uma vez, num carnaval, com dois anos de casada, ela seu marido trocaram de par e só se deram conta quando ela, servindo o café da manhã, disse "Carlos, esse pijama é novo?" e o homem respondeu "Meu nome é José Cláudio". Convencer seu marido de que a Ana Sílvia não era sua mulher fora especialmente difícil.

- Mesmo assim, tomem muito cuidado. E não estou falando só do biquini, filha, da bebida...

- O Gui e eu não bebemos.

A mãe também dizia isso, em outros tempos. Mas não pode esquecer que, quando sua filha era recém nascida e ficara com a vô, ela e seu marido foram pular carnaval. E as imagens do Carlos dando garrafadas num poste e dizendo-lhe "Quem você acha que é para cantar minha mulher?" não saíram nunca da sua cabeça. Nem o fato de que, nessa hora, ela também achou o poste bastante impertinente.

- Tudo bem, filha. Só não esqueça do que eu falei.

A filha diz que sim, mas a mãe sabe a verdade: Ela, na sua época, tampouco escutava a sua mãe.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Uma típica sexta-feira 13

Nunca tive muita sorte com sexta-feira 13. Sempre acontece alguma que coisa que consegue estragar meu dia inteiro. E é claro que ontem eu não ia quebrar essa “tradição”.

Pra quem não sabe, entrei de férias em janeiro e só volto para as aulas em março. Nem é muito tempo, mas eu já estou cansado de ficar a toa. Então qualquer pretexto para sair é bem vindo. Então lá fui eu ontem me divertir um pouco...

O programa da tarde era jogar um dos meus esportes favoritos: boliche. Se eu fosse mega milionário ia ter uma pista de boliche em casa. Ia jogar até meus dedos caírem de tanta dor. Mas como isso é impossível, me contento ir jogar no shopping. Foi divertido... nem posso falar que a sexta-feira 13 se manifestou aí porque eu ganhei uma vez e fui 2º colocado nas outras três... fiz mais de 100 pontos em todas e fiz um Double strike.

Depois do boliche eu fui para um jantar que um amigo meu organizou. Até aí tudo bem, mas ele resolveu fazer um jantar temático. E qual era o tema? Personalidades históricas... Apesar da minha “fantasia” ter ficado muito tosca (fui de Narciso), foi legar ver Che Guevara, Gandhi e Hitler jantando juntos em uma mesa. E depois ver os três sentados, conversando sobre suas visões do mundo. No final Nero queria incendiar sua própria casa, mas foi impedido por uma Monalisa desesperada...

Saí de lá bem alimentado e pensando que tinha sido a melhor sexta-feira 13 de todos os tempos. Coitado de mim, falei isso cedo de mais...

Como ainda não tive a capacidade de começar a auto escola, tive que voltar de ônibus. E lá fui eu pro ponto. Cheguei ao lugar e ele estava completamente deserto. Deixei todos os medos de lado e fiquei por lá mesmo esperando. Cinco minutos depois eu comecei a escutar um barulho ao longe.

Um minuto depois já estava encharcado dos pés à cabeça. Maldita hora que eu nem lembrei de levar um guarda-chuva. Choveu horrores. Parecia que ia cair o mundo. E nem tinha uma marquise ou algo do gênero para eu esconder debaixo. Resultado: o ônibus passou vinte minutos depois, eu desci dele ainda estava chovendo, andei mais 10 minutos debaixo d’água e hoje estou com uma maldita dor de garganta...

É por isso que eu sempre digo: maldita sexta-feira 13!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

One Republic


“Não, mesmo? Você mora em uma república? Que interessante!”. Isso é o que eu mais escuto. Numa rodinha de amigos num barzinho lá no interior, ou conversando com alguém daqui de Belo Horizonte. Jovens adolescentes de cursinho ou mesmo pessoas que viveram a vida inteira [e ainda vivem] com os pais. Eles nunca sentiram a tal “independência” e a famigerada “liberdade” de viver em uma república de estudantes.
 
Todo mundo da mesma idade, aproveitando a vida ao máximo. Festas todos os dias, acordar quando quer. Arrumação? Isso é para fracos! Chegar em casa quando bem entender [ou quando lembrar que é bom voltar], sem pais enchendo e cobrando... um paraíso, certo? Não vou mentir, é uma das experiências mais legais que já tive oportunidade de experimentar, mas não é nenhum carnaval 24 horas. Ou, pelo menos, esse não é o caso por aqui.
Vivo com mais dois colegas de apartamento. Veteranos-mor, todos os dois indo para o mestrado. Um deles, já estou com quase certeza de que, na verdade, ele não mora aqui.
 
- Diz aê, Japonês! – Cumprimento quando ele chega.
- Fala, Mizaru. Cara, acabei de chegar do Tocantins... pesquisa de campo, sácuméné?! – Ele responde.
ATHIM – espirei
- Ow, Falou, Mizaru. To indo agora pra Serra da Canastra... pesquisa de campo, sácuméné?! – Ele se despede passando pela porta.

Tá, exagerei um pouco, mas com certeza um dia vai chegar a esse ponto... coitado, geologia.
 
Tem mais um, o de Ciência da Computação. Rubens. O cara gosta mesmo de cada coisa em seu lugar, ele não perde uma:

- É, Mizaru... acho que essa semana é você que arruma a casa, neh? – Ele me disse uma vez na segunda feira 00:01 da madruga.

Ah, macaco – vocês devem estar pensando – mas tem as festas né... isso salva. Não ter que pedir autorização, com a galera animada... Doce ilusão. Certa vez, trouxe alguns amigos da faculdade aqui, de noite estávamos comentando:

- Quantos? Sete? Puxa... Wow, nosso novo recorde de convidados! Parabéns, abalando geral hein! – Um deles me confessou.

E tinha sido só uma sessãozinha de filme. Tá, é claro que Vicky Cristina Barcelona não é exatamente o tipo de filme que a gente imagina um pai chegando em casa com o DVD nas mãos e dizendo animado pra filhota: “Hey, meu anjo. Vamos assistir um filme? Eu, você e a mamãe?”. Definitivamente não. Mas nem foi uma FESTA mesmo.

Pra terminar a desolação, um dia eu passo pela portaria e o porteiro me chama pra perguntar onde eu moro. Digo onde é e ele se espanta.

- Que isso! Lá esse é o andar mais tranqüilo do condomínio todo, jurava que eram só apartamentos de família.

Apartamento de família?! Que mané apartamento de família o quê! Isso é mais que um insulto! Eis a razão de ser desse post! Tô inspirado com o quadro do Che aqui na sala: Viva a revolução na minha república! Os caras que moram aqui quase nunca estão mesmo. Esse ano promete aqui na República..... República... Poxa! Nem nome aqui tem. Alguma sugestão?

P.S.: Pro post não ficar completamente inútil, aí vai um link para quem está pensando em morar em república: http://pessoas.hsw.uol.com.br/republicas.htm

P.S.2: Sem apelação quem mora aqui e ler isso, hein! rs

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Liberdade de Imprensa!

- Chefe, eu estou pensando em fazer uma matéria especial este mês...
Sabe, dar aos leitoes algo mais. Acirrar um debate.

- Você quer a capa? - pergunta o chefe, sem levantar os olhos dos papéis que está lendo - Convença-me.

- Bem, seria uma boa ideia cobrir o conflito da Faixa de Ga...

- Não - diz o chefe, cortante - O dono da revista - que é judeu, mas o chefe não diz isso - pediu para não comentarmos nada sobre isso.

- Certo. É, pensei que poderia haver problemas. E que tal uma matéria sobre o novo governo dos EUA...

- Não. Alguns acionistas da editora - americanos republicanos, mas o chefe não diz isso - pediram que nos abstenhamos de comentar sobre a nova administração.

- Mas e se a criticarmos? Podemos...

- Não. O editor em chefe - que é amigo de Barack Obama, mas o chefe não diz isso - pediu que não critiquemos prematuramente.

O jornalista respira fundo e tenta mais uma vez.

- E que tal sobre os Grammys? Sabe, Rihanna e Chris Brown não vão mais, e ele foi arrestado por, dizem, atacá-la...

- Nada disso. A contracapa - que vai ser ocupada por uma empresa que costumava patrocinar o cantor, e já não o patrocina mais, mas o chefe não diz isso - ficaria meio... sabe, não é boa educação.

- Ah, sim. Concordo. Pensei que tal vez pudessemos falar de seriados de TV... As novas temporadas, as continuações.

- Alguma em mente?

- Grey's Anato...

- Não. A nossa fotógrafa - que é lésbica, e se sente ofendida com o tratamento dado aos homosexuais no seriado, mas o chefe não diz isso - pediu que não falemos desse programa.

- Gossip G...?

- Não. O nosso repórter associado - que é pai de família, e não gosta de que suas filhas assistam o seriado, mas o chefe não diz isso - pediu que não o fomentássemos.

- Mas, chefe, podemos criticá-los...

- Não. O novo investidor - que também investe em alguns canais de TV a cabo, mas o chefe não diz isso - preferiria que não acusemos nenhum programa.

- Tudo bem. Nada de temas polêmicos.

O chefe levanta a vista.

- E então quem vai querer ler?

Ele tem razão. O jornalista sente uma idéia se formar na cabeça.

- Chefe - diz por fim - Quais são nossas convicções?

O chefe sorri. Foi convencido.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Para aprender a nunca mais ser mão-de-vaca...

Terça-feira foi aniversário de uma amiga minha e lá fui eu num barzinho alemão muito estilizado aqui em BH. Até então tudo bem... clima legal, amigos, música ambiente, casaizinhos felizes se agarrando nos cantos, muitas fotos. Enfim, tava legal.

 Só que o pobre macaco aqui mora a quilômetros do lugar que foi a comemoração. E como ele ainda não teve a capacidade de começar uma auto-escola, dependia do ônibus pra ir embora pra casa. E como desgraça pouca é bobagem, da Savassi (onde é o bar) até minha humilde residência não tem um ônibus direto.

E vamos lá descobrir como chegar no ponto do primeiro ônibus. Descobri que eu não tinha a mínima idéia e resolvi ir pro ponto na Afonso Pena. Pra quem não é de BH, preciso fazer algumas observações sobre essa rua:

 BH é uma cidade “planejada”. No centro as ruas são mais ou menos retas e, se você tiver um pouco de senso de direção, você consegue se orientar só pelo nome das ruas (nomes de tribos indígenas são paralelas, assim como os nomes de estados – pelo menos na teoria). Outra curiosidade sobre a Afonso Pena é que, de noite, você pode encontrar diversão por um preço módico.

 Entenda-se: prostitutas. E lá fui eu, meia noite, para a Afonso Pena pegar um ônibus. Só que quando eu cheguei lá, olhei pra avenida e pensei com meus botões: “Eu tô pertinho de onde eu quero chegar. Pra que pegar um ônibus se eu posso ir andando”? [/pãoduragem]

 OK, mais uma pra série de coisas idiotas feitas por mim. Acabei de olhar no Google Maps que são 2,5 Km. Eu não sabia disso, então fui andando... na primeira esquina já encontrei a primeira prostituta. Como diria o Ultraje a Rigor, “não que eu tenha nada contra profissionais da cama”, mas estava passando a uma distância considerável delas.

 E ando bem rápido, não prestando muita atenção nas coisas ao meu redor. Só que meus ouvidos funcionam muito bem... fui prestando atenção nas conversas enquanto eu passava pelo caminho. E como nunca tinha uma prostituta sozinha, o que não faltavam eram conversas aleatórias.

 Os comentários envolviam desde o programa anterior até as experiências. Vô ter que admitir que tava divertido. O mais legal foi ver os carros parando, com uns homens com uma cara de “finge que não me conhece” chamando as mulheres para o programa. Eu passei por um animado grupinho de quatro mulheres e um homem num cantinho, discutindo. A primeira frase que escutei foi: “Eu não tomava banho na época que eu usava drogas, cortava o barato”... nota mental: antes de um programa sempre perguntar se ela usa drogas!

 Mas o pior eu ainda ia escutar... avistei ao longe um travesti. Aliás, era bem fácil de saber que era um (que o Ronaldinho me desculpe, mas é bem fácil mesmo). Lá do alto da Avenida eu vi que tinham dois caras em um cão conversando com ele/ela (nunca sei como me referir... se algum travesti ler isso, me avise como é). Quando cheguei perto, escutei a seguinte pérola: “Ai, não vou fazer programa com os dois não, estou menstruada”... MESTRUADA???????

 Tirando isso, consegui chegar no meu ponto são e salvo. Mas da próxima vez prometo que pego um ônibus... é melhor para os ouvidos!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Raindrops keep falling on my head

Quem lê o título e conhece a brilhante interpretação de B.J. Thomas da música homônima, pode mesmo chegar a pensar que esse será um texto sobre chuva, alegria, liberdade, calmaria e serenidade... Bem, garanto a chuva.

Há alguns dias, pela quarta vez, abri os olhos, olhei no relógio e vi que ainda eram cinco da madrugada;

- Puxa vida, que calor é esse? Já estou no inferno e nem me avisaram? – Reclamei com meus botões. 

Quando acordei não tive escolha, estava simplesmente derretendo de calor, vesti uma regata. Regata, para quem não sabe, são camisetas sem mangas. Elas são usadas em dias quentes ou por caras que querem se mostrar por aí.  O dia estava, como já disse, cariocamente quente. Eu tinha certeza que todos me zuariam no estágio, mas a sensação gostosa da brisa nos braços foi mais forte que eu.

Dito e feito. Das oito da manhã às doze horas fui zuado insistentemente pelos meu colegas estagiários. Frases irônicas como “Ê, tá fortinho hein...”; “Nossa, Mizaru, pega essa caneta aqui pra mim? Aproveita que você é tão forte... eu não consigo sozinho” ou mesmo as descaradas “Uai ta malhando, cara? Não? Pois é, ta mesmo precisando” me seguiram naquela manhã.

Saindo, às doze, da universidade tive que ir ao centro. Almocei e fui ao ponto de ônibus esperar minha linha. O sol rachando [normal], todas as linhas passaram antes da que eu precisava [super normal], três garotos passaram me oferecendo balinhas e outras bugigangas [normal também. Aliás, não comprem isso, lugar de criança é na escola. XD], puxei papo com uma macaquinha lá no ponto e ela deu mole [ta, isso não é normal, mas foi um anormal bacana].

Cheguei ao centro. Puxa aquilo lá é um formigueiro gigante. Sei que essa metáfora é mais clichê que beijo romântico ao pôr-do-sol, mas é a mais pura verdade. Milhares de pessoas se esbarrando, se “ensovacando”, vendendo, comprando... foi um custo fazer o que tinha que fazer. Tudo ia, relativamente bem. Eram umas quatro ou cinco da tarde quando... começou a chover, digo, o céu começou a cair.

Sinceramente, era uma linda tarde ensolarada e tranqüila, quase primaveril, e em menos de cinco minutos, o céu se fechou e alguém começou a jogar milhões de baldes d’água lá de cima ao mesmo tempo. As pessoas começaram a correr, os carros a buzinar, as crianças ficaram com medo dos trovões, as árvores começaram a cair, alguns malucos começaram a nadar nas enxurradas [ oO ], um velhinho com uma placa no pescoço dizendo “o fim está próximo” começou a urrar euforicamente “Eu sabia! Avisei a todos vocês, seu pecadores! Redimam-se agora ou ardam com o Cão!!” e eu? Eu estava parado sob uma marquise.

Marquise essa que, subitamente, encolheu milhões de vezes. A capacidade era de umas cinco pessoas, bem apertadas, havia cerca de dez! Resultado, todo mundo tava molhando total e, o pior, era um buraco o lugar. O nível da rua era baixo e a tempestade não tava com cara de que ia parar tão cedo. Eu já estava mesmo cogitando fazer uma idiotice quando olhei para frente: o boeiro começou a jorrar água! Calma, calma, não era assim um gêiser, mas o nível da água estava começando a subir.

Água subindo, raios e trovões a todo instante, eu todo molhado e morrendo de frio [estava com a maldita regata, lembram?], longe de casa... O ponto do meu ônibus ficava  há duas quadras dali... Pertinho, pensei... Nem vou molhar tanto assim, pensei... Como eu pude pensar isso? Me digam? O céu estava desabando e eu achando que ia sair seco? Nem os cabelos de Gil Brother – o Away de Petrópolis – passariam por aquilo sem se ensopar completamente.

Enfim, eu tentei. Corri e, como Forest Gump, ouvi balbuciarem enquanto eu passava: “Quem é aquele maluco?”, “Coitado, só pode estar desiludido”. Pelo canto do olho acho que vi um ou dois lunáticos que começaram a me seguir pela chuva.

Como pensei, a distância foi mínima, não cheguei a correr cinco minutos e estava no ponto, mais água que macaco. A guarita mais parecia uma ilha, a enxurrada passava como um rio, na altura do meio fio, os ventos jogavam água para todos os lados e os únicos que não se molhavam [tanto] eram os 44 espremidos sobre o banco.

Novamente, todos os ônibus passaram antes do meu. Dei sinal e ele parou. O motorista me olhou como se eu fosse o Aquaman em pessoa e disse:

- Assim você não entra, rapaz!

- O quê? – perguntei sem acreditar.

- São regras da empresa. Encharcado dessa forma você não pode entrar no ônibus. – Disse irredutível

- Motorista, você viu a tempestade que está caindo aqui fora?

- Só se eu fosse cego pra não ver, amizade.

Quase cometi meu primeiro homicídio nessa hora, fato.

- Que bom então, “amizade”! E, vendo a chuva como está, como o senhor gostaria que eu estivesse? Estou de regata, sem guarda-chuva, morrendo de frio e o senhor vai me fazer ir embora como? A pé?

O motorista se amoleceu, não sem dizer “mas compre um guarda-chuva urgentemente, hein!’, mas deixou eu pegar o ônibus.

Bom, a essa altura eu já estava de ótimo humor. Quando cheguei no meu bairro, adivinhem: não havia chovido por aqui. Aí desci do ônibus, chão seco, sol brilhando... Eu ia andando e todos me olhando com cara de “puxa, bem que ele podia tirar a roupa antes de entrar na piscina”.

Mas eu vi pelo lado bom, havia acabado. Estava há alguns passos de casa, ia tomar um banho e mexer na internet de boa. Quando eu já estava pensando em qual blog ia entrar primeiro, abri a porta e dei de cara com os outros moradores da república.

Eu estava todo molhado, pingando ainda. O negócio é que homem [me incluo nessa] não perde oportunidade de zuar os amigos e até os inimigos, às vezes. Mesmo estando completamente molhado o cara disse: “Que isso Mizaru? Se mijou todo hein!”. ¬¬

Puxa, nem vou comentar o apelido que recebi aqui na república depois desse dia. Mas é engraçado lembrar de umas coisas dessas, desse tipo que só acontece comigo!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

... E O Vento Trouxe

Como todos os que leram meu último post devem saber, hoje fui visitado exclusivamente pela musa inspiradora Helga.

E basta com dizer que mais estou inspirado pela sua visita bizarra do que pela sua presença mitológica.

Ela chegou num momento bem inesperado. Eu estava no médico, ainda nem pensando em escrever este texto, quando ela apareceu, bem atrás do doutor, que no momento escrevia a receita.

"Iwazaru!", ela exclamou na estridente voz que eu ainda iria escutar muito pelo resto do dia, "Eu sou sua musa inspiradora".

O médico, graças a Deus, não parecia poder ouví-la, mas eu simplestemente não podia escutá-lo mais. Numa série de gritos desgarradores, Helga me explicou por quê estava ali (lamentávelemente, era culpa minha). Eu não podia mandá-la se calar por duas razões: Eu tinha pedido por isso, e o médico ia achar que eu estava doido. Tive que sair às presas, sem receita e sem vergonha, para casa, onde podia falar sem ser incomodado.

Quando por fim sentei, para ter uma discussão sensata, pude apreciá-la, e deixem-me dizer-lhes: Não há nada igual. "Rechoncha" é pouco: O seu é um caso grave de obesidade. Isso tinha que me inpirar?

Eventualmente, sua gritaria sessou. Ela percebera que eu não respondia.

"Muito bem", disse, e eu reparei que tinha um leve sotaque nórdico, "vamos começar, não?"

"Eu... não sei se quero escrever agora", respondi, tímido, mas sincero.

"Não?", disse ela, fruncindo o cenho de uma maneira que me fez acreditar, piamente, que ela ia tirar a sandália e deixar meu bumbum vermelho.

"Ainda não", respondi corajosamente.

"Oh. Você não sente inspirado?", disse ela, levantando uma sobrancelha.

"Claro que sim!", respondi, temendo por minha vida. "Só de vê-la já sinto as idéias fluir. Mas, talvez..."

"Não fale mais nada", replicou ela, adquirindo um tom maternal. "Eu entendo. São muitas idéias, e você está confuso. Vamos tentar ir mais devagar, não?"

Para meu horror, ela caminhou até meu lado e sentou no sofá também. Aparentemente, ela era invísível para outros, mas suficientemente real, pois o sofá fez um barulho horrível quando ela sentou.

Depois de aclarar a garganta algumas vezes, ela começou a soltar uns trechos potentes do que, depois vim a saber, era "A Valkíria". Aparentemente, ela interpretava minhas expressões de tímpanos doloridos como fluxos de idéias, pois aumentava a potência da voz.

"Chega!", gritei por fim. "Eu entendi, tá? As musas querem me castigar por ter reclamado. Eu entendi. Não vou reclamar mais, certo?"

"Não. Eu não entendo", respondeu ela. "Que castigo?"

"Ora, mandar você. Eu entendo. Eu deveria esperar as musas vierem quando podem"

"Você está dizendo que me ter aqui é um castigo?", respondeu ela se levantando do sofá, e me encarando.

Eu engoli em seco.

"Ehm..."

"E então? É isso?", perguntou ela de novo, e lágrimas deslizaram de suas bochechas robustas.

"Não, desculpe. Eu estava confuso. Como você disse, muitas idéias"

Ela não respondeu, e eu levantei, fazendo meu melhor esforço para abraçar seu corpo. Não consegui, e me conformei com simplesmente acariciar-lhe a bochecha.

"Pode voltar todas as vezes que quiser", disse.

"Sério?", ela perguntou, levantando os olhos.

"Sério"

Não muito depois, ela ia embora. E prometeu que vai voltar todas as terças. Que Deus nos acuda.


Para quem perdeu, o blog ganhou mais um selo!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pois sou um blog pecador

Se continuar deste jeito, a gente vai parar de escrever textos e começar a simplesmente ganhar selos!

A doce Jessie do Such a Small World nos dedicou o selo:






Eles são:


1) Gula: consiste em comer além do necessário e a toda hora;


2) Avareza: é a cobiça de bens materiais e dinheiro;


3) Inveja: desejar atributos, status, posse e habilidades de outra pessoa;

4) Ira: é a junção dos sentimentos de raiva, ódio, rancor que às vezes é incontrolável;


5) Soberba: é caracterizado pela falta de humildade de uma pessoa, alguém que se acha auto-suficiente;


6) Luxúria: apego aos prazeres carnais;


7) Preguiça: aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico.


Os nossos pecados macaquísticos:


1. Bananas, bananas e mais bananas! (Interprete o que quiser; este blog chama, afinal de contas, Três Bananas)


2. Os macacos não são avaros. Agora, veja bem: Cada macaco no seu galho. E este galho e NOSSO.


3. Inveja? Imagine! Macaco é lindo e bem sucedido.



4. Tente tirar piolho da gente e vai ver.


5. Soberba? Nós? Nada disso... somos perfeitos.


6. Nem te conto da suruba que rolou aqui na floresta outro dia...


7. Bem, considerando que alguns textos aqui foram postados fora de hora, não precisamos nem falar, né?

E os nossos indicados são...

E-mithehofer

Férias do Clark

VaLUAndo

Pipoca com Iogurte

Divina Feminilidade

Veja-Blog

FelizeS ParA SemprE