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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

“Educando-se o jovem estaremos nos eximindo da tarefa de ter que castigar o adulto”


Bastaria dizer que a Ordem DeMolay foi simplesmente a melhor coisa que já aconteceu na minha vida até hoje e este seria o menor artigo feito sobre o assunto. Porém, apesar de completamente verídico, isso não seria suficientemente explicativo. Então, leitores, deixem-me começar por uma pequena história.

Há 702 anos, o então rei da França Felipe IV, o Belo, ordenou a prisão de cerca de 15 mil homens. Esses eram membros da Ordem do Templo ou Ordem Templária, ou seja, foram cavaleiros que lutaram nas cruzadas. Porém, os planos de Felipe não se saíram tão bem e muitos dos cavaleiros não foram localizados. O então líder [Grão-Mestre] da Ordem do Templo, Jacques DeMolay, estava em Paris participando do sepultamento da esposa de Carlos de Valois, irmão do rei, e foi facilmente localizado pelos guardas. Depois de capturado, ele passou sete anos sob constantes torturas para que entregasse seus irmãos, os membros da Ordem Templária. O prisioneiro não cedeu. Em 18 de março de 1314 a paciência de Felipe IV se esgotou e Jacques DeMolay, aos 70 anos, foi queimado em praça pública.

Essa história é rodeada por lendas e especulações. Diz-se que DeMolay teria feito uma última prece enquanto queimava, intimando seus acusadores ao “tribunal do Juiz de Todos nós, Deus todo poderoso em, no máximo, um ano”. O então papa, Clemente V, faleceu em 19 de abril de 1314 por problemas intestinais. Felipe IV caiu do cavalo em 29 de novembro do mesmo ano e o cavaleiro Guillerme de Nogaret, braço direito de Felipe, foi envenenado em dezembro também de 1314. Não sabemos ao certo se isso é misticismo ou se os próprios templários restantes teriam se unido para cumprir a última vontade de seu Grão-Mestre.

DeMolay teria, ainda, amaldiçoado até a décima terceira geração de Felipe IV. O último templário seria o carrasco de Luis XVI, rei decapitado durante a revolução francesa. Antes de morrer, o rei teria perguntado “Posso, ao menos, saber o nome do meu carrasco?” e teria ouvido a seguinte resposta: “Não. Estou aqui em nome de Jacques DeMolay”.

Essa é apenas uma breve versão da emblemática e exemplar história de Jacques DeMolay, o homem que preferiu ser torturado e morto pelas chamas do que quebrar seu juramento de fidelidade e retirar a proteção que o anonimato dava a seus irmãos. Em 1919, um maçom chamado Frank Sharman Land, em Kansas City-MO nos EUA, decidiu criar um Conselho de jovens inpirando-se nesses ideais de fidelidade e companheirismo.

Hoje a Ordem DeMolay está presente em 13 países como EUA, Brasil e Alemanha. Entretanto, ela é rodeada de muitos mitos que formam uma espécie de neblina sobre as boas obras que todos seus membros fazem. Para entender seu real significado, basta ver seus ideais primeiros que são as Sete Virtudes Cardeais: Amor filial, Reverência pelas coisas sagradas [Tolerância religiosa], Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo.

A Importânca da Ordem está em trabalhar sobre o caráter de jovens para formar grandes líderes e excelsos cidadãos. A fraternidade é a chance de diminuir a intolerância entre os povos e aproximar as nações para construir um mundo melhor. Isso acontece através de trabalhos sociais voluntários, estudos, debates e várias outras formas.

Ser DeMolay é reconhecer que a busca tem tanto valor quando a conquista. Tentar governar de forma perfeita uma máquina, essencialmente, imperfeita como o Homem é uma tarefa árdua e que jamais poderá ser alcançada completamente. Mas essa batalha incessante já é um nobre mérito de todos os membros-irmãos.

Reconhecer a soberania do coletivo sobre os interesses individuais. Estar sempre a postos para defender a honra e os anseios de sua Nação diplomaticamente ou não. Ser sempre prestativo e lutar pela harmonia das relações entre as pessoas desde conversas informais até às disputas políticas. Respeito à figura da mulher e reverência pelo grande papel que elas exercem ativamente no milagre da vida, nos nossos primeiros anos e como alicerces em toda nossa vida pessoal. Um DeMolay não precisa de maiores garantias de um irmão do que sua palavra e não deve nunca faltar com ela. Como já disse ninguém é perfeito e, inclusive um DeMolay, pode faltar em algum momento com essas premissas, mas elas são metas que jamais devem sair de seu cotidiano.

A Ordem não uma é religião, qualquer pessoa que não pratique o ateísmo pode ser um DeMolay. Não necessariamente, quem é DeMolay vai ser maçom. Para ser DeMolay, basta ter entre 12 e 21 anos completos, ser amigo de algum membro e ser fiel às suas declarações.

Esse grande exército de jovens é uma organização complexa e não quero estender muito essa postagem. Ficaram algumas coisas sem falar mas me coloco à disposição para esclarecer qualquer dúvida, de verdade. Podemos ter segredos quanto às nossas formas de reconhecimento, mas nossos ideais e objetivos podem e devem ser conhecidos por toda a sociedade.

Abaixo coloquei um vídeo explicativo sobre a Ordem, feito pelos irmãos do Capítulo XVIII de Março



Trecho de uma das cerimônias públicas. Essa se chama “Cerimônia das Flores” e é dedicadas às mães


Sugestão de link:

- Site do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil - http://www.demolaybrasil.org.br/

P.S.: A frase do título é a justificativa da ONU por considerar a Ordem DeMolay uma ONG fundamental à sociedade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Com o suor de tua tela

- Perdoe-me, pdre, porque pequei.

O padre acorda da sesta que ele fazia dentro do confessionário e lança um sinal da cruz apressado.

- Fale, filho.

- Sucumbi à ira. Bati em pessoas que não mereciam. Destruí bens alheios.

- O que aconteceu? - pergunta o padre, uma pouco assustado com o que essas palavras poderiam querer dizer.

- Meu notebook não liga mais. Levei no concerto e começei a brigar com os funcionários. As coisas ficaram feias.

- Ora, filho, você entende a gravidade do que fez? Deixou que a falta de bens materiais o levasse a agredir seus irmãos.

- Eu sei, padre, e estou arrependido.

- Como penîtência, o senhor não usará seu notebook por um mês.

Um barulho brusco se ouve do outro lado do confessionário.

- Ora, padre, assim não dá. Eu tenho que trabalhar, sustentar minha família.

- Sim, claro. Mas?

- Não dá para trabalhar sem o notebook!

Talvez é demais mesmo, pensa o padre.

- Muito bem, então não use seu celular.

- Ora, padre, não seja irracional. Eu não posso viver sem o celular. É o mesmo que pedir que não durma.

O padre começa a se incomodar.

- Então não veja televisão.

- Ora, padre, assim também não. Como que eu vou descansar? Vou acabar morrendo esgotado.

O padre desiste.

- Então reze uma Pai Nosso e três Ave Marias.

A vida do sujeito já é penitência suficiente, pensa, enquanto volta pra sua sesta.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Anacronismo

Virou a esquina da Rua Saturtino automaticamente. O caminho da escola para casa era tão conhecido que Hélio Torres achou mesmo que poderia fazê-lo até de olhos fechados. E por que não?

Estimulado por aquela súbita aventura trivial, o jovem de 15 anos deixou as pálpebras caírem e continuou a caminhar. Um primeiro instante de insegurança e, sem perceber, ele havia diminuído seu passo. Aos poucos, porém, o temor foi passando, o garoto se sentiu mais à vontade percebendo que sabia exatamente o que fazer. Cada desnível, cada calçada, cada buraco a se saltar, os portões que sempre estavam abertos forçando uma passada rápida pela rua e ouviu, inclusive, o casal que todo dia fazia Cooper em uma das ruas perpendiculares e que Hélio gostava sempre de esperá-los passar. Tudo minuciosamente feito e com aquela sensação boa, do medo. Um medo enjaulado pelas grades da autoconfiança.

Passados sete minutos dessa odisséia infantil, Hélio parou segundos antes de ouvir seu nome sendo chamado por uma voz familiar: estava em frente ao portão de casa. Antes de entrar correndo pela passarela do jardim, girar a maçaneta da porta da frente e responder ao chamado da mãe, ele olhou em volta, orgulhoso de sua conquista. Talvez a maioria das pessoas pudesse pensar que aquilo tudo era uma grande bobagem mas, ele pensou, tinha sido, sem dúvidas, um grande feito.

Quando entrou em casa sentiu-se como se tivesse aberto a porta errada. Um estranho estranhamento, um incômodo sem explicação fez surgir rugas de incompreensão na testa do jovem garoto. Tudo estava diferente de algum jeito que Hélio não sabia dizer. Os mesmos móveis, nos mesmos lugares, mas, ainda sim, não pareciam ser os mesmos.

No canto esquerdo da sala ainda estava a velha poltrona marrom do pai, mas não era marrom e sim, bege. Com contornos diferentes. O aparelho de rádio que costumava ficar no centro da sala tinha dado lugar há uma grande janela negra que não dava para lugar algum.

A mãe chamou pela segunda vez, a grito parecia vir da sala de jantar ou da cozinha. Ele foi caminhando e vendo cada canto da casa onde sempre morou de um jeito novo, assustadoramente novo. Quando passou pelo arco da sala de jantar, teve um breve conforto, um suspiro de alívio: Sua mãe estava ao fundo, sentada à mesa. Hélio achou que ela fosse se levantar num salto, com aquele lindo sorriso tão típico e que fosse lhe explicar tudo. Olhou novamente e voltou a suar frio.
Hélio percebeu um ar diferente na senhora Torres, uma postura mais grave, um sentar ereto demais, gélido, roupas com cortes de ângulos retos e impessoais em tons de cinza escuro. Onde estavam os vestidos estampados com flores enormes? A mão que sempre apoiava o queixo meio desajeitadamente? Aquele jeito natural e tão apaixonado de trabalhar que mais lembrava o dele de brincar quando era menor? Ela se virou e, angustiado, ele percebeu que não havia como negar, era sua mãe, Carolina Torres.

Uma conversa breve sobre algo que Hélio não se preocupou em entender, estava muito ocupado esperando pelas explicações que não vieram. A aflição, o pesar e a desorientação continuaram iguais em seu coração até a hora de fazer o dever. Quando abriu seu caderno tudo piorou.

Escrito com sua própria letra, na primeira linha da última página rabiscada: 01/10/2009. 2009?
Hélio vasculhou todos os dias anteriores e confirmou toda aquela maluquice. Como ele havia viajado 60 anos no futuro assim? Sem nem mesmo forçar a mente, conseguia se lembrar nitidamente do dia anterior, 30/09/1949 e dos anteriores... de toda a vida que tivera até ali. E agora essa de 2009?

Mas não era como nos livros que ele havia lido ou como no programa de rádio do Passageiro do Tempo. O garoto não era um viajante solitário, um estranho num mundo futurístico. As pessoas em 2009 o conheciam e, de alguma forma, ele também as conhecia. Eram idênticos à sua família em 1949, melhor, quase idênticos.

De professora no grupo infantil, a mãe passou à gerente de Recursos Humanos de uma empresa. Seu pai não era mais datilógrafo, mas analista de sistemas. Para os outros era como se ele sempre estivesse ali, mas Hélio sabia que aquilo não estava certo.

Dias, meses, anos passaram e o extraordinário parecia não ter fim. O garoto começou a lembrar do que ouvia as pessoas falarem. A infância no interior de Minas nos últimos anos de 1990, as férias nos lençóis maranhenses em 2002, aquela vez que ficou internado por engolir uma pilha do controle remoto aos 3 anos em 1997... Cada vez menos ele entendia e mais precisava voltar para seu lugar... Que lugar?

Não só as lembranças que não eram desse século, o que ele queria, o que pensava, pelo que lutava, com o que se importava, Hélio era um relógio de corda num mundo de poucos relojoeiros... Porém, só ele parecia perceber.

Quanta autoconfiança naquele dia sem ver, quanta falta agora.

Chegou a pensar que tudo poderia não ter passado de um sonho ou de um delírio... Essa coisa de infância em 1940... Então? Filosofia? Biologia? Sociologia? Psicologia? Eu sei que você está esperando uma resposta, leitor, mas nem sempre ela vem ou às vezes está tão exposta que dizê-la seria o cúmulo do óbvio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sobre ter Alter Ego e coisas afins

Alter ego ou alterego (do latim alter = outro e ego = eu) pode ser entendido literalmente como o outro eu, outra personalidade de uma mesma pessoa. Num outro sentido, o alter ego de uma pessoa não é uma faceta escondida ou secreta da sua personalidade, mas sim alguém muito íntimo, um amigo fiel e inseparável em que essa pessoa se revê e deposita absoluta confiança.

Essas são algumas das sábias palavras proferidas pela também sábia Wikipédia. Elas foram importantes para que eu entendesse, mesmo que minimamente, quem era a Bia. Sim, eu acabei descobrindo que a Bia Alvarenga (porque ela é chique e tem até sobrenome) é meu alter ego.

E eu não sei porque todo mundo acha estranho, mas eu não posso reclamar dela. Tudo bem que ela tem algumas tendências bissexuais. Tudo bem que ela é meio pervertida. Tudo bem que ela sempre aparece nos piores momentos. Mas, e daí? Ela é divertida, é fina, classuda e é ela quem escreve os textos pornôs mais interessantes que já fiz até hoje.

Ao contrário do que muitos pensam, ela é meu único alter ego. O tão cultuado Frango é apenas um personagem e nunca passou disso. Quando eu sento para escrever, eu tenho total certeza de que sou eu escrevendo aquilo, com um personagem tão complexo quanto eu o criei e tal. Com a Bia é completamente diferente...

É praticamente outra voz que escreve, uma coisa do além, sei lá. Eu sei que sou eu, mas não reconheço os textos em mim. É como se eles fossem uma coisa completamente desligada do meu ser e simplesmente existissem.

Enfim, é difícil de explicar. Fato é que a Bia está aí. Ela anda bem tímida nos últimos tempos, mas quando ela aparecer por aqui, tenho certeza que vocês irão reconhecê-la!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um pequeno passo para o homem, um enorme passo para a psique

Se o primeiro passo é para os bebês o começo de uma nova forma de vida, podemos dizer que a primeira pisada no acelerador é o aquivalente uns vinte anos depois. Se bem todos temos nossos começos assustadores com o carro (as provas de direção, as quase batidas, as balizas falhadas), uma vez que saímos para a rua, tudo muda, até não podermos mais imaginar como era nosso mundo sem o automóvel.

No entanto, quando o bebê aprende a caminhar, ele continua amando ou odiando da mesma maneira; o caminhar não é um fator que influencie. Agora dirigir... onde já se viu algo que seja fonte de tantos conflitos? Quando subimos ao carro, algo muda. Podemos ficar extremamente covardes ou, pelo contrário, sentir um demônio despertar nas nossas entranahas, mas uma coisa é certa: Nosso eu-condutor toma conta de nós. E, eventualmente, vai nos dar um motitvo para perdermos a paciência.

Para as mulheres, no geral, o problema é que ninguém tem paciência. Que custa as pessoas esperarem cinco minutos no meio da rua, se o pisca alerta tá ligado? A amifa já está vindo! Por que as pessoas lhes buzinam quando são cortadas, se elas ligaram a seta? Também, né, se não passase aí não ia passar nunca. Por que tudo mundo dá freadas bruscas perto delas? Até parece que não estão vendo seu carro.

Para os homens, no geral, o problema é que eles mesmos não tem paciência. Sai da frente, retardado, pensam enquanto dirigem com uma mão no volante e a outra no celular. Ô da roça, reclamam, quando alguém se atreve a passar na sua frente, mesmo que tenha a seta ligada desde que Deus criou o mundo. Por que o mundo não entende que eles tem prioridade, sempre?

Com os idosos, o problema é que eles têm paciência excessiva. Estes jovens de hoje, que não respeitam ninguém. Qual é o problema de ir a 50 km/h na pista da esquerda da BR? Pressa pra quê? Vamos dirigir com calma, que eu tenho uma vida toda de direção nas costas que quero ser respeitado. Andar no meio da faixa tampouco faz tão mal assim a ninguém.

Enfim, se por um lado o transporte facilita nossas vidas, por outro nos dá lugar a um estresse e raiva que não sentiremos da mesma forma em outros momentos. Por incrível que pareça, no entanto, tudo fica para atrás quando você sai do carro. A não ser que seja no meio da rua, por que bateu.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ainda encontro a fórmula… da criatividade


Tem dia que escuto dos meus amigos “Pô, cara, queria entender as mulheres, viu!”. Outras vezes, numa roda com muitas garotas [quem ler acha que "Eu sou o tal", numa roda com muitas garotas... ], escutei inúmeras vezes a reclamação “Mizaru, vocês homens são muito complicados. Quem dera um dia eu consiga entender essa cabeça…”. Pra mim, ME entender já seria um ótimo começo.

Tudo isso só pra dizer que cheguei à incrível conclusão de que meu processo criativo é, simplesmente, caótico, inexplicável, psicodélico, transcendental, transversal, perpendicular e adjacente. É, enfim, uma consequência mediovágel!!

Não é novidade para ninguém que eu adoro escrever, mas eu não gosto de escrever qualquer coisa. Esse texto mesmo, se não fosse a metalinguagem [pff... que fadiga de teoria...] e essa vontade de quebrar a rotina, ele com certeza estaria fadado a nascer e morrer dentro das estranhas entranhas [han? han? han?] da minha cabeça. Eu gosto de escrever coisas que acho úteis, instigantes e que causem alguma reflexão em você, o leitor.

Mas aí vem o problema: Selecionar idéias [ou ideias]. E idéias [ah, ainda posso escolher com acento, então...] são uma espécie de bicho muito incômodo. No meu caso específico, elas nascem de relance. Não que eu seja um gênio que, num belo dia de sol, vai ter a sacada de escrever uma série de romances com sucesso mundial [neh J.K. Rowling?], muito pelo contrário. Elas nascem como [não quero usar a velha imagem de pedra bruta...]… como…. frutos: pequenos e imaturos, mas eu sei o quão bom podem ser. O problema é como fazê-las chegar ao máximo de seu potencial. Por exemplo, eis algumas que podem, ou não, se tornar textos:

Pensando bem, vou escrever um parágrafo misturando as coisas, assim dá pra perceber melhor como isso tudo fica na minha cabeça:

Um menino muito velho anda pela rua e encontra um pequeno vale de areia movediça. Do outro lado da poça de areia, tem uma lebre que insiste em ficar voando aleatoriamente. O garoto, cansado de tudo aquilo que vê, dá meia volta e mergulha no mar. Depois de mergulhar, as ondas transformam todas as últimas palavras que ele dizia em música e levam o pobre para um asilo onde ele não consegue, de modo algum, encontrar suas lentes.

É, ficou bem divertido esse parágrafo, não dá pra entender nada, mas enfim. E essas coisas ficam, apesar de eu não ter a mínima idéia de como transformá-las em frases coerentes, ainda sim, elas ficam querendo sair daqui de dentro. Isso me enche o saco, às vezes. Bem, that’s all folks…

E essa confusão toda é quando eu TENHO idéias. Quando preciso escrever, ou quero, e não vem nada é bem pior. Porque…

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droga.

domingo, 4 de outubro de 2009

Às vezes é necessário mudar

Esse post é especial.

Como vocês devem ter percebido, hoje é domingo. E domingo é o dia em que os macacos tradicionalmente tiram folga. Afinal, se até Deus descansou no sétimo dia, os macacos merecem que ele seja no domingo. E tenho dito.

Mas estamos aqui hoje para informar uma mudança interessante na dinâmica desse blog. Os dias das postagens serão alterados plateia gritando: ohhhhhhh.

A partir dessa semana, Mizaru postará na segunda-feira, Iwazaru postará na quarta e Kikazaru postará na sexta. Então fiquem de olho, porque as postagens continuarão ocorrendo com a frequência de sempre!

O Três Bananas agradece a atenção dispensada e manda todos irem curtir o seu domingo, porque amanhã tem post novo na área.

sábado, 3 de outubro de 2009

O que te atrai?

Uma das melhores sensações do mundo é a de abrir um livro novo e cheirar suas páginas. Se servir de comparação, é um cheiro tão orgástico quanto um amante de carros entrar em um carro novo.

No momento, eu estou com o meu Harry Potter e o Enigma do Príncipe na minha frente. Mesmo depois de quatro anos que eu o comprei, ele continua com aquele cheirinho de novo. Aliás, nada mais apropriado para explicar essa atração por cheiros que a primeira aula de poções dada por Slughorn.

Para quem leu o livro, é nela que estão dispostas várias poções na bancada e Hermione acerta o nome e a propriedade de todas. É também nessa aula que Harry ganha a Felix Felicis. Mas não é por aí que eu quero ir. Alguém se lembra da Amortentia, a poção do amor?

Pois é, de acordo com Slug, ela não gera o amor, pois é impossível produzir ou imitar o amor. Ela causa apenas uma forte obsessão ou uma paixonite. Ainda segundo ele, era uma das poções mais importantes naquela sala, que também continha a Poção Polissuco e a Veritaserum. Não se pode subestimar uma paixão obsessiva...

Uma das formas de identificar a poção é através de seu cheiro. E é nesse ponto que eu queria chegar o tempo todo. A Amortentia tem um cheiro diferente para cada um de nós, de acordo com o que nos atrai. Para Hermione seria grama recém cortada, pergaminho novo e algo que ela não revela (provavelmente o cheiro do Rony). Para Harry, a poção tem cheiro de torta de caramelo, resina de madeira em cabo de vassoura e o perfume da Gina (“Algo floral que ele pensava ter sentido na Toca”).

Eu juro que não tinha parado pra pensar nisso até uns dias atrás, quando uma remessa de livros novos chegou para mim. Eu fiquei uns bons minutos abrindo e cheirando cada um deles. Foi aí que percebi que o cheiro de livros novos com certeza comporia a minha poção do amor. O cheiro de terra molhada, logo após o início de uma chuva, também estaria entre esses prazeres. O terceiro... bem, esse não dá pra falar.

Cheiros são realmente atraentes. Uma mulher com o cheiro certo me conquista fácil, seja perfume ou o cheiro dela mesmo. É biológico? Não sei. Prefiro pensar que é algo psicológico...

E então? Para você, qual seria a composição da sua poção do amor?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Diga-me quando te casas e te direi de que ano és

Tenho pensando muito, ultimamente, nas relações amorosas dos tempos de hoje. A princípio, a união de um homem e uma mulher é uma coisa bem simples: Devido a certas características, dois seres de sexos opostos se atraem, copulam e criam novos seres. Hoje em dia...

As tais “características” que estimulam a atração mudaram bastante durante a história. Geralmente físicas ou emocionais, elas sempre estiveram atreladas ao contexto social (antes, ser magro era ruim, pois queria dizer que o sujeito não tinha comida em casa, ou que era doente). Hoje em dia, os arquétipos formados de homem e mulher ideais são, a grosso modo: Rico, musculoso e inteligente (nessa ordem); “gostosa” (ou seja, favorecida em algumas áreas e deficiente em outras), inteligente e bem-sucedida (esta última é debatível para aqueles com menos auto-confiança). Mas enfim, continuamos escolhendo aqueles que nos atraem, seja pela razão que for. Nessa área, até que não mudamos tanto.

Já quanto ao copular... a distância entre a atração e a copulação depende do casal. Para muitos, são menos do que algumas horas. Existe, é claro, uma relação diretamente proporcional entre o nível de álcool na corrente sanguínea dos copulantes e o tempo que lhe levou para ir ao ato. Ou pode ser simples safadeza, também. Já para outros, há um eternidade (senão temporal, mental) entre se conhecer socialmente e biblicamente. Segue um exemplo.

Mulher X encontra Homem Y. Eles conversam e se sentem atraídos. Mulher X deixa seu telefone com Homem Y. Ele não liga por três dias. Mulher X se desespera. Quando já começa a olhar para outros homens, Homem Y liga. Ao parecer, seu celular tinha sido levado pela polícia, que o confundira com evidência de um crime com o qual Homem Y não tinha nada a ver. Os dois marcam um encontro. Os dois vão ao encontro. Continuam a se gostar. Homem Y leva Mulher X à porta de casa. Os dois se beijam, mas ela entra rápido, porque não está pronta. Mulher X adiciona Homem Y no Orkut. Ela descobre com horror que a página está cheia de recados de outras mulheres. Sabe que ainda não pode tirar satisfação, então engole seu ciúme. Sente até um espírito de competição. Essas vadias que se cuidem. Homem Y liga em poucos dias. Mulher X se congratula interiormente por ter entrado rápido em casa na noite do encontro. Os dois marcam mais um encontro. Mulher X menciona em tom casual o tanto de recados de mulheres no Orkut. Ele responde em tom casual que elas não tem importância. Mulher X se sente orgulhosa. Homem Y leva ela em casa. Os dois dormem juntos.

Aqui chegamos a um ponto crucial da história, que leva à terceira fase do relacionamento homem-mulher. Pode acontecer que, após a fatídica noite, Homem Y não ligue nunca mais e, olha só quem diria, as vadias do Orkut eram importantes sim. Mulher X chora, se arrepende, se sente uma idiota, come sem controle, se embebeda com as amigas e continua sua vida normalmente. No entanto, existe uma outra possibilidade.

Homem Y continua a ligar e os dois continuam a sair. Mulher X começa a passar muito tempo na casa de Homem Y. Os dois decidem se mudar juntos. Homem Y é promovido. Mulher Y escreve um livro de sucesso. Os dois se casam. Porque ela viaja muito, eles decidem esperar para ter filhos. Mulher X passa cada vez mais tempo fora de casa. Homem Y contrata uma nova secretária estonteante. Mulher X odeia. Os dois brigam. Os dois ficam de boa. Nessa noite, Mulher X esquece da pílula. Nasce criança A.

Chegamos aqui ao final de nossa história. Se você sentiu cansaço só de ler, imagina viver. Se por um lado ganhamos autonomia, por outro, quanto temos que trabalhar! E pensar que houve uma época em que nossos pais, um dia, junto com as ordens de “não ande descalço pela casa” e “chega de brincar na lama”, nos avisavam com quem íamos casar. Simples assim.