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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O melhor dos dois



Quando eu era criança, sonhava com um lugar bom de estar. Cercado por algumas montanhas e com um clima bem agradável. De um tamanho que nem precisasse subir muito no céu para ver tudo pequeno, na verdade, o melhor seria se bastasse subir numa árvore e ver o fim da cidade lá de cima.

Seria bom andar na rua cumprimentando todo mundo como se fôssemos uma única e humilde família. Usar essa roupa que separo para as idas à padaria no domingo de manhã em qualquer dia ou situação. Um ponto no espaço onde sempre fosse domingo de manhã.

Um belo domingo de sol e brisa. Um vilarejo onde existissem menos casas do que macieiras, mangueiras, jabuticabeiras ou goiabeiras. Todas prontinhas, esperando algum casal para passar o dia todo sob suas sombras. Onde todo mundo pudesse ficar na rua até mais tarde. Bastassem 10 minutos na bicicleta para chegar a uma refrescante cachoeira depois da curva na estrada de terra.

Hoje em dia, sei que nunca conseguiria viver assim. Gosto de estar antenado com o mundo, saber o que está acontecendo a cada segundo. As coisas mais e menos importantes que a Internet me mostra. Ora se não é mágico também conversar com aquela pessoa querida a qualquer momento usando o tal do celular?

A vida frenética da boemia urbana. Os bares, festas, a night... Ser fuzilado pelo entretenimento. Ter uma casa bem confortável, uma bela TV na sala e um carrinho na garagem. Grande ou menor, que a casa fosse bem arquitetada e bonita. É bom ter um emprego digno e justo, mesmo dentro de um escritório. Por quê não?

Já ouvi dizer que ninguém pode ter tudo. Que pena! O ideal seria ter esses dois mundos juntos e em harmonia. Aliás, não quero tudo, quero só o melhor dos dois. Dentro desse imenso país de vasto litoral e com mil interiores. Cada um mais diverso, múltiplo, vivo e ambíguo que o outro, quem dera meu sonho também estivesse ali no meio.



Bem, eu sou feliz. Sou feliz porque, pelo menos para mim, existe esse lugar. Quão bom não seria se todo o mundo por dentro e por fora, enfim, ele todo, não fosse como esse interior do oeste das Minas Gerais: Luz.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O texto é meu e pronto

Eu estava sentado no balcão de um simples salão de festa quando ele me cumprimentou:


J. - Hey! Tudo bom?

M. – Eu te conheço?

J. - Sei lá. Você acabou de dizer “quando ele me cumprimentou”. Só estou seguindo as regras.

M. – Que maluquice é essa de se referir à narração do texto?

J. – Que maluquice é essa de escrever um texto onde você é narrador, personagem (até aí tudo bem) e autor ao mesmo tempo? Faltou à aula de Teoria da Literatura? Narrador e Autor são pessoas diferentes.

M. – Como eu posso ser o autor e escrever minha própria vida?

J. – Ora, não é nisso mesmo que você acredita, Senhor Livre-arbítrio-a-qualquer-custo? Enfim, meu nome é Juan (putz, você tá sem criatividade pra nomes hoje, hein?!) e vim aqui para lhe ajudar com as mulheres...

M. – Primeiro, quem disse que preciso de ajuda com mulheres? Segundo, já que esse texto é meu, vamos fazer dele alguma coisa mais útil.

J. – Mais ú... peraí, você disse útil? Ah, então tudo bem. Achei que havia dito melhor, já ia te perguntar o que era melhor que mulher... Texto mais útil como?

M. – Uai, é como o professor de Literatura diz... Um texto tem que carregar alguma discussão profunda debaixo dele... Suscitar uma boa reflexão...Sei lá... Discutir a própria Literatura e seus elementos constituintes... Ou alguma coisa mais sociológica do tipo: como existem pessoas machistas nesse mundo e sobre o feminismo oportunista de hoje em dia... Ou ainda poderia apresentar os conflitos psicológicos de uma geração de jovens ávidos por desafios, mas perdidos em suas próprias palavras inebriantes...

J. – Ah, claro, senta lá, Cláudia.. Não quer acrescentar uma crítica feroz ao jornalismo apático e mentiroso que se pressupõe objetivo caminhando sobre o bem e o mal, não? Por favor! Você acha mesmo que conseguiria fazer isso? Para ser bom escritor tem que ser bom leitor... Você leu, no máximo, uns 50 livros até hoje e deve ter prestado menos atenção neles do que em jornalzinho de ônibus... Mas por falar em crítica literária... você tem escrito muitos diálogos, né? Ta começando a ficar previsível...

M. – Ou posso estar começando a achar meu estilo!

J. - Diálogos são muito complicados de entender... Quem lê se perde...

M. – Qual é... Eu coloco a inicial de quem está falando antes da fala... e quase nunca tem mais que três personagens na mesma cena... Sem falar que a leitura fica mais dinâmica e aproxima mais o leitor da narrativa... Estou te falando, acho que essa é minha "estética literária"...

J. – Pelo bem do mundo, espero que não.... Me vê duas caipi-vodkas aí, chefe!

M. - ...

J. – O QUE É ISSO?!


Juan ficou estupefato com o corpo que viu atrás do balcão...


J. – E com o preço dessa caipi-vodka também! Mas você-narrador é quem manda... MEU DEUS, UM CORPO ATRÁS DO BALCÃO!? Olha, cuidado com esse tanto de conflitos nesse texto, você ainda tem que explicar o título, dar um desfecho que preste, o lance com as mulheres e agora esse corpo... isso vai ficar gigante, ninguém vai ler até o final....

M. – Ninguém nunca lê mesmo... E vamos parar com isso de “esse lance com as mulheres”.. que lance?

J. – Ora, você inventou um personagem todo despojado como eu, com o nome de Juan e nos colocou aqui, em um salão de dança cheio de gatinhas... Cara, todo mundo já percebeu que tudo isso não passa de uma embolação sem fim pra você escrever sobre essa tal fase “eu cansei de ser bonzinho” que você está passando, Mizaru...

M. – Juan, você nem me conhece, não sou tão clichê assim... Costumava ser, mas não sou mais...

J. – Tá tá... Escuta só A Verdade. Olha pra pista... Todas essas mulheres estão aqui para jogar... Tudo é um jogo... E, para elas, o vencedor tem que seguir quatro critérios muito simples. Você tem que ter Isenção [não se apegue a nenhuma delas], Pluralidade [Ora, todo mundo se cansa rápido... aproveita que o público tem memória curta e diversifique seu número de presas ao máximo], Clareza [Sem piadinhas racistas... estou falando aqui de ser claro, vai direto ao ponto, se precisar, chega beijando] e, claro, ser Correto [Quer dizer, um cara reto, nenhuma mulher gosta de pessoas tortas – em qualquer sentido – você tem quer ser sempre ereto nas suas ações].

M. – Parabéns, você é quem escreveu o Manual do Pegador?

J. – Percebi seu sarcasmo. Mas, pra ser sincero, aquilo é o maior plágio da história... Enfim, o que eu disse era na teoria, na prática eu fiz um sisteminha pá-pum: Look, check e get.

M. – Por quê em inglês?

J. – Porque fica mais cool e style... Em Português seria algo como Olhar, checar e pegar.

M. – Detesto quando pessoas dizem “seria algo como” antes de traduzir alguma coisa que é EXATAMENTE como ela diz e não “algo como”...

Juan não me deu atenção e só pediu para que eu o olhasse em ação. Virou-se para a primeira que viu. Colocou-a de costas para mim, para que eu pudesse o ver sobre os ombros dela. Juan a olhou nos olhos, deu-lhe uma bela apertada entre as pernas, fez um sinal de positivo para mim e tacou-lhe um beijo de cinema igual o tapa que levou logo de volta. Voltou massageando o rosto e me vendo gargalhar

J. – Buscar inspiração em Splish Splash do Roberto Carlos foi tenso.... E, pro seu governo, na música o beijo e o tapa não são como de cinema, mas sim no cinema. De qualquer forma, valeu a pena. Peguei, né? O que você está anotando? Que papel é esse?

M. – Um texto que estou escrevendo...

J. – Ah, o título... Não pergunto mais nada. Isso já está muito metalinguístico pro meu gosto... Se desse algum palpite, aposto que você me responderia “O texto é meu e pronto”... Mas e aí? O que achou do meu método?

M. – Péssimo, não é pra mim. Cara, eu procuro uma coisa diferente. Uma relação baseada na cumplicidade, na confiança. Onde, juntos, duas pessoas possam compartilhar momentos legais e construir coisas bacanas... HEY, ACORDA!

J. – Desculpa... Peguei no sono aqui... Não eu, claro, mas você sabe que todo mundo acha isso um saco, né? ... Ow... Me larga... Que eu fiz? Qual é? Mizaru, me ajuda aqui... ow....

Só pude ver Juan sendo levado pro cantão por um brutamontes gigante que, a supor por como a mulher que Juan tinha acabado de beijar chorava copiosamente, era o esposo chifrudo. Ainda consegui ouvir meu “amigo” dizer uma coisa:

J. – Mizaru, a morta... A morta do balcão!!!

De repente, a mulher do outro lado do balcão levanta e sai resmungando: Meu Deus, tenho que parar de beber....


Vou aproveitar o momento pra avisar: Quem quiser deixar sugestões de temas ou simplesmente frases pra eu escrever sobre semana que vem... O blog nem tá tão bombante, com mil comentários... aproveita, se vc colocar, provavelmente é a sua que vou escolher...kkkkk... Mas não é garantido... enfim, ACEITO SUGESTÕES!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Anel de Polígono


As cortinas se abrem.

Não há nada no palco além de uma cadeira no centro, sob a luz do holofote. Entra o protagonista.

A. (angustiado) – Se estão aqui para ouvir algo novo, levantem-se e garanto que a linda jovem na bilheteria lhes devolverá o que gastaram. Sou Adam e o dilema que enfrento é igual ao que muitos, não digo todos porque me acusariam de arrogante, já viveram. Talvez, exceto os sortudos, talvez.

(senta-se na cadeira)

A. – Estou prestes a me casar ou a me matar, sem trocadilhos. Viviane é uma mulher linda e generosa. Tudo está marcado para semana que vem, na sexta. Porém, há o conflito, a complicação, claro, porque sempre há: a irmã. Quantas vezes mesmo eu já ouvi essa história? Amigos... conhecidos.... desconhecidos.... meu próprio pai passou por isso. Não adianta, a trama ciclicamente volta e nós caímos novamente. Estou exausto!

(Um feixe de luz incide sobre o canto direito do palco e aumenta gradativamente até o máximo. Trilha gregoriana: entra Viviane)

(Assim que sua silhueta começa a ser vista, risadas de deboche ecoam vindo de trás do palco)

V. – Não ria de mim, sua psicótica!

(A risada não para e, um pouco abalada e envergonhada, Viviane segue entrando)

V. – Meu amor, ouvi que estava exausto. Olhe, tome um copo de água.

M. (Do fundo do palco) Sua submissão é desprezível!

A. – Cheguei a citar que as duas irmãs estão aqui? Viviane e Mônica. O que as liga é o parentesco sanguínea e só.

V. – Meu amor é incondicional!

M. (Do fundo do palco) Eu não vim até aqui para falar contigo, lesma. Vim tomar o que é meu.

V. – Pois bem, vá embora. Não há nada que lhe pertença aqui.

M. (Do fundo do palco) - Não foi o que pareceu ontem ao telefone, não é querido?

V.- Cale a boca, ele me ama, tudo está marcado! Você não fará isso de novo comigo, Mônica! Ele sequer lhe conhece!

M. (Do fundo do palco) – Ora, essa é minha vantagem: o mistério. Você é como um entediante documentário de 6 horas sobre índios americanos, eu sou um ingresso para a montanha russa.

V. – Isso para mim é um elogio, um documentário certamente é muito mais útil do que um passeio no parque.

M. (Do fundo do palco) Claro que seria um elogio para você! Além de tudo, sempre foi lerda, sonsa. Não estou falando de escola, estou falando de viver! Deixe-me ser mais clara. Você: tédio. Eu: descobertas. Exatamente o que você mais gosta, como me disse ontem ao telefone, não é “Charlie”... (risos).

A.- Pare de dizer o que não deve, Mônica! Apenas palavras não podem abalar o que sinto! Você acha mesmo que eu trocaria todos os bons momentos que eu vivi com sua irmã por uma ou duas conversas ao telefone? Se continuei naquilo contigo, foi por falta de força, mas não se repetirá. Nunca vi seu rosto e você já pode sair daqui porque espero nunca vê-lo!

M. (Do fundo do palco) - Quem disse que vim lhe oferecer palavras, “Charlie”? Não faça esse joginho hipócrita agora... Hoje mesmo conversamos e sua curiosidade estava, digamos, peculiarmente alta. Você nunca me viu, mas já sonhou mais comigo do que com ela...

V.- Sua pervertida!

M. (Do fundo do palco) - Mas eu compreendo os “bons momentos” que passaram juntos... posso imaginar a clássica cena de você dormindo sobre o colo dela debaixo de uma arvora, dormindo sobre o colo da imaculada num banco da praça, cochilando nela no sofá de casa, dormindo com ela ao lado da lareira... dormindo... dormindo... é tudo que ela pode te oferecer... o tédio, o sono....

V.- Qual o problema de dividir bons momentos com quem se ama? Dormir junto é um sinal de confiança...

M.- Bem, asseguro que comigo você não dormirá, “Charlie”

V.- Sórdida! Pare de chamar meu noivo assim, o nome dele é Alam! Melhor, pare de se dirigir a ele e vá embora!

M. (Do fundo do palco)- Sórdida? Pra quem? Falsa! Nessa existência temos que fazer de tudo para sermos felizes. É como se tivéssemos ganhado ingressos grátis no maior parque de diversões do universo e você aí se resguardando para sei-lá-o-que. Desde que não interfira na vida de ninguém, aproveite a sua! E, a propósito, foi ele mesmo quem escolheu o apelido...

A.- Deixe-me, pelo menos saber como você é...

(sobe uma luz meio tom enquanto a silhueta de Mônica começa a surgir, lentamente. Sem trilha)

M. (quase sussurro, indo em direção a Alam) – Engraçado perguntar como sou porque ninguém sabe exatamente. Não me refiro a nenhum sentido psicológico-depressivo, mas esses últimos 5 anos na França realmente me mudaram. Nem minha família me viu, vim do hotel diretamente até você. - (parada há 10cm da nuca do protagonista, por trás, na penumbra) Ruiva? Loira? Mulata? Alta? Olhos claros? Escuros? Como será que eu sou?

A. (sarcático) – Não me diga que você pode ser o que eu quiser?

(A luz se apaga)

M (sussurro se afastando) Não, querido. Eu sou o que você não conhece...

A. - ... Que faço? (afasta-se das duas e aproxima-se do público) É como se fosse um jogo de luz e sombra. A voz da Viviane me conforta, da Mônica me desperta. Com minha noiva sei que terei uma vida boa, tranqüila e longa. Com Mônica, existe a possibilidade que eu tenha muito mais, mas é só possibilidade. É meu corpo contra minha alma. Minha razão contra meus instintos. Não estou aqui para que me julguem, já me basta o tribunal da minha própria consciência, mas quero que me ouçam. Tenho que escolher para qual darei, enfim, esse Anel de Polígono. Jóia de família, esse rubi de treze faces encravado no ouro 24 quilates, foi esculpido por meu bisavô. Esse anel é como um ciclo e é aí aqui está sua importância.

V.- Eu não posso acreditar que esteja em dúvida, meu amor! Eu lhe ofereço tudo o que pedir! (se ajoelha). Serviços domésticos, trabalhos, sacrifícios... Tudo, TUDO!

(Adam começa a caminhar em direção ao lado esquerdo do palco, onde Mônica se esconde, com o anel em mãos. Viviane rasteja atrás)

V. – Nossos planos! A casa na montanha! Nossos filhos! Não arruíne tudo, Adam! Quer que eu corte o cabelo? Pinte? Faça alguma cirurgia? Por favor, querido, minha viagem nesse lugar não tem sentido sem você!

(Adam não vacila e segue, lentamente, em direção à Mônica)

M. – Poupe suas lágrimas de cristal, irmãzinha. Enxugue esses olhinhos azuis e recomponha seus cachos loiros. Eu desisto.

A. (desespero) e V. (confusa) – O quê?

M.- Em todo bem há mal. Quanto mais luz, mais sombra. Todos os seres tem seus momentos de maldade e de bondade. Talvez eu queira simplesmente ser benevolente, talvez esteja envergonhada por sua decadência obcessiva e a facilidade com que conquistei seu precioso tesouro ou talvez eu só pense que esse joguinho fique mais interessante assim. Pense o que quiser, fique com ele agora. No fim, todos eles vem para mim, como sempre foi e sempre será, maninha. Você pode ter a vantagem de começar, mas depois de desfrutarem uma curta travessia contigo pelos campos da tranqüilidade e do cotidiano, eles sempre me procuram ou eu os encontro, para que terminem no meu desconhecido leito. Afinal, tudo que é quente esfria.

Mônica se retira.

Fecham-se as cortinas.




quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dia D

Me pergunto de onde surgiu a idéia de um prazo de garantia. Sabe, aquela coisa de que tudo dura um certo tempo e depois vai estragar, não importa quão bem foi cuidado. Me pergunto de onde surgiu não porque não entenda a lógica (vender mais) mas porque quero parabenizar o gênio. Afinal, eu nunca teria tido essa idéia. Sabe por quê? Por que eu acharia que ninguém seria tão estúpido de comprar algo sabendo (isso mesmo, não finja de bobo, você sabe sim senhor) que vai quebrar.

É muito intrigante. Afinal de contas, ninguém nasceu ontem. E prazo de validade é como ida ao dentista, tem hora marcada e não dá para adiar. Então, como podemos comprar algo tendo certeza absoluta de que isso vai expirar e nosso dinehiro terá ido ralo abaixo? É de uma estupidez tão imensa que se parar para pensar chora. Mesmo assim compramos, sem pensar no futuro, carpe diem e essas coisas. Que venha o carpe diem pagar a conta do conserto (conserto é a primeira fase, negação: Você sabe que está na hora de trocar, mas faz como seu pai. "Comprei parece que faz ontem, não vou trocar tão cedo não!").

E os danados dos eletrônicos parecem que têm um relógio dentro, silencioso mas eficiente, que vai contando os dias que faltam para virar sucata e ser reciclado para fazer um mundo melhor. E quando esse dia chegar, pode saber: É o momento em que você precisava mesmo. O dia antes do trabalho final o computador pifa, a hora que a bolsa de água rasga o motor falha, a noite de Natal o forno desaba. Murphy é pouco. Isso é inferno astral.

A solução? Não há solução. Vá morar na floresta pelado e você vai perceber que a natureza tem tantos prazos como o mundo de metal. Seu corpo, principalmente. Só que esse não tem musiquinha de contestador para você ficar ouvindo enquanto "é transferido" para alguém que, tenha certez, não vai conseguir resolver seu problema.