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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

“Educando-se o jovem estaremos nos eximindo da tarefa de ter que castigar o adulto”


Bastaria dizer que a Ordem DeMolay foi simplesmente a melhor coisa que já aconteceu na minha vida até hoje e este seria o menor artigo feito sobre o assunto. Porém, apesar de completamente verídico, isso não seria suficientemente explicativo. Então, leitores, deixem-me começar por uma pequena história.

Há 702 anos, o então rei da França Felipe IV, o Belo, ordenou a prisão de cerca de 15 mil homens. Esses eram membros da Ordem do Templo ou Ordem Templária, ou seja, foram cavaleiros que lutaram nas cruzadas. Porém, os planos de Felipe não se saíram tão bem e muitos dos cavaleiros não foram localizados. O então líder [Grão-Mestre] da Ordem do Templo, Jacques DeMolay, estava em Paris participando do sepultamento da esposa de Carlos de Valois, irmão do rei, e foi facilmente localizado pelos guardas. Depois de capturado, ele passou sete anos sob constantes torturas para que entregasse seus irmãos, os membros da Ordem Templária. O prisioneiro não cedeu. Em 18 de março de 1314 a paciência de Felipe IV se esgotou e Jacques DeMolay, aos 70 anos, foi queimado em praça pública.

Essa história é rodeada por lendas e especulações. Diz-se que DeMolay teria feito uma última prece enquanto queimava, intimando seus acusadores ao “tribunal do Juiz de Todos nós, Deus todo poderoso em, no máximo, um ano”. O então papa, Clemente V, faleceu em 19 de abril de 1314 por problemas intestinais. Felipe IV caiu do cavalo em 29 de novembro do mesmo ano e o cavaleiro Guillerme de Nogaret, braço direito de Felipe, foi envenenado em dezembro também de 1314. Não sabemos ao certo se isso é misticismo ou se os próprios templários restantes teriam se unido para cumprir a última vontade de seu Grão-Mestre.

DeMolay teria, ainda, amaldiçoado até a décima terceira geração de Felipe IV. O último templário seria o carrasco de Luis XVI, rei decapitado durante a revolução francesa. Antes de morrer, o rei teria perguntado “Posso, ao menos, saber o nome do meu carrasco?” e teria ouvido a seguinte resposta: “Não. Estou aqui em nome de Jacques DeMolay”.

Essa é apenas uma breve versão da emblemática e exemplar história de Jacques DeMolay, o homem que preferiu ser torturado e morto pelas chamas do que quebrar seu juramento de fidelidade e retirar a proteção que o anonimato dava a seus irmãos. Em 1919, um maçom chamado Frank Sharman Land, em Kansas City-MO nos EUA, decidiu criar um Conselho de jovens inpirando-se nesses ideais de fidelidade e companheirismo.

Hoje a Ordem DeMolay está presente em 13 países como EUA, Brasil e Alemanha. Entretanto, ela é rodeada de muitos mitos que formam uma espécie de neblina sobre as boas obras que todos seus membros fazem. Para entender seu real significado, basta ver seus ideais primeiros que são as Sete Virtudes Cardeais: Amor filial, Reverência pelas coisas sagradas [Tolerância religiosa], Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo.

A Importânca da Ordem está em trabalhar sobre o caráter de jovens para formar grandes líderes e excelsos cidadãos. A fraternidade é a chance de diminuir a intolerância entre os povos e aproximar as nações para construir um mundo melhor. Isso acontece através de trabalhos sociais voluntários, estudos, debates e várias outras formas.

Ser DeMolay é reconhecer que a busca tem tanto valor quando a conquista. Tentar governar de forma perfeita uma máquina, essencialmente, imperfeita como o Homem é uma tarefa árdua e que jamais poderá ser alcançada completamente. Mas essa batalha incessante já é um nobre mérito de todos os membros-irmãos.

Reconhecer a soberania do coletivo sobre os interesses individuais. Estar sempre a postos para defender a honra e os anseios de sua Nação diplomaticamente ou não. Ser sempre prestativo e lutar pela harmonia das relações entre as pessoas desde conversas informais até às disputas políticas. Respeito à figura da mulher e reverência pelo grande papel que elas exercem ativamente no milagre da vida, nos nossos primeiros anos e como alicerces em toda nossa vida pessoal. Um DeMolay não precisa de maiores garantias de um irmão do que sua palavra e não deve nunca faltar com ela. Como já disse ninguém é perfeito e, inclusive um DeMolay, pode faltar em algum momento com essas premissas, mas elas são metas que jamais devem sair de seu cotidiano.

A Ordem não uma é religião, qualquer pessoa que não pratique o ateísmo pode ser um DeMolay. Não necessariamente, quem é DeMolay vai ser maçom. Para ser DeMolay, basta ter entre 12 e 21 anos completos, ser amigo de algum membro e ser fiel às suas declarações.

Esse grande exército de jovens é uma organização complexa e não quero estender muito essa postagem. Ficaram algumas coisas sem falar mas me coloco à disposição para esclarecer qualquer dúvida, de verdade. Podemos ter segredos quanto às nossas formas de reconhecimento, mas nossos ideais e objetivos podem e devem ser conhecidos por toda a sociedade.

Abaixo coloquei um vídeo explicativo sobre a Ordem, feito pelos irmãos do Capítulo XVIII de Março



Trecho de uma das cerimônias públicas. Essa se chama “Cerimônia das Flores” e é dedicadas às mães


Sugestão de link:

- Site do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil - http://www.demolaybrasil.org.br/

P.S.: A frase do título é a justificativa da ONU por considerar a Ordem DeMolay uma ONG fundamental à sociedade.

2 comentários:

Dani Pacheco disse...

Nossa que legal!Nem sabia sobre isso!

Acho bacana a Ordem DeMolay ajudar aqueles que precisam de uma luz em suas vidas e até mesmo aqueles que desejam criar vínculos com outras pessoas, os quais contribuam para que tenha uma maior capacidade de liderança, fidelidade e companheirismo. As 7 virtudes serão úteis tanto na vida pessoal quanto profissional, afinal, todo empregador quer ter alguém que trabalhe de forma determinada e com vontade, e todo empregado deseja ter um chefe com qualidades de liderança e companheirismo para que ele evolua.

bjaum gente!

:P

Unknown disse...

Texto legal, Tiennin!!!