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terça-feira, 31 de março de 2009

Tenho histórias para contar

Você têm uma vida muito interessante? Você tem uma vida nada interessante? Sabe muitas coisas? Tem muitas opiniões? Simplesmente quer ganhar dinheiro? A solução está aqui: Escreva um best-seller!

Aqui vão algumas dicas, baseadas nos últimos livros a passar pelo número 1:

- Fale de guerras. Não as antigas (duas palavras: já deu) mas de agora - qualquer pais que termine em "ão" serve. Em especial, de pessoas dessa cultura que parecem não pertencer a ela, pois se rebelam contra tudo o que conhecem e, de preferência, vão viver na América no final. Sugestões: "O menino que rezava o terço ao invés de rezar pra Meca"; "A colecionista de bugigangas" (que é morta pelas suas atividades - sabe, no Iraque bugigangas são proibidas).

- Crie romances impossíveis para garotas adolescentes. Quanto mais impossível (e, obviamente, bem sucedido) for o caso, melhor. E não seja tímido: é claro que vale apelar para seres do mundo fantástico. Sugestões: "Meio-dia" (sobre uma menina que conhece um saci com quem não pode ficar; o título faz referência também ao fato dele possuir só uma perna); "Tarde" (a continuação, em que os sacis entram em guerra com os botos).

- Escreva uma biografia. Assim, nada demais, só uma biografia. Com, de preferência, uma foto bem legal e carismática na capa. Sugestões: Encontre algum brasileiro sobre quem não haja biografias. Boa sorte.

- Conte segredos (não o segredo; sabe, esse já foi contado) que façam as pessoas viver melhor. Vale tudo: Desde coleta seletiva até agendas eletrônicas, toda e cada uma de suas sugestões para uma vida melhor podem fazer pessoas ficar meses a fio fazendo bobagens porque acreditam que isso as fará mais felizes. Sugestão: "Não procure a felicidade num livro" (parece contraditório, mas asseguro, vai ser um sucesso).

- Em último caso, apele pra Igreja. Você acha que já não tem mais segredos obscuros ou conspirações milenares para contar? Faça como os outros autores! Invent... quer dizer, pesquise a fundo. Sempre há alguma coisa. Sugestões: "Benta" (sobre as atividades de Bento XVI no último carnivale de Veneza), "O Bispo que me amou" (de preferência, a personagem principal deve ser um coroinha menor de idade).

Isso aí. Te vejo na lista de Veja da semana que vem.

sábado, 28 de março de 2009

As Quatro Estações...


Seguindo aquela lógica de que ainda será sábado enquanto eu não dormir, ainda estou em tempo de postar no dia correto...

E  hoje eu estou num clima mega literário. Devia ter lido os textos de Televisão e Tchururu, mas fiquei lendo um livro ótimo que eu peguei emprestado. Pra começar, ele é de um dos meus autores favoritos. Apesar de não ter nenhum livro dele, já morri de medo com seus livros em diversas situações. De quem estou falando? De um dos maiores mestres do terror de todos os tempos: Stephen King.

Mas o livro que me deixou tão maravilhado foge dos padrões do escritor. "Quatro Estações" é muito mais que um livro que vai te deixar aterrorizado. Ele vai te fascinar pela complexidade do psicológico dos personagens, pelas situações de vida apresentadas e pela narrativa altamente envolvente.

A primeira observação a ser feita é que o livro não é um romance único. São quatro "romances curtos", nas palavras do próprio King. Cada um deles tem como título uma das estações do ano, que vão se sucedendo até formar o todo do livro.

Tudo começa na "Primavera Eterna", com "Rita Hayworth e a redenção de Shawshank". Um homem é preso por um crime que ele diz não ter cometido e vive uma vida dentro de um presídio de segurança máxima. Trama simples que envolve toda a complexidade do sistema penitenciário americano e a mente de um preso que se difere dos demais pelos seu comportamento e disciplina...

Passando para o "Verão da corrupção", "O aluno inteligente" é um garoto que se vê fascinado pela segunda Guerra Mundial e acaba conhecendo um alemão que trabalhou nos campos de concentração e foi responsável pela morte de milhões. Aos poucos ele se vê envolvido por todo aquele clima e começa a trazer isso para a sua vida pessoal, chegando a atrapalhar seus estudos e os seus relacionamentos...

No "Outono da inocência", quatro amigos saem em busca d"O corpo" de um menino que foi atropelado por um trem. A viagem não é apenas a trajetória de uma bela amizade, mas sim o crescimento pessoal de cada um dos personagens em todos os percalços que o difícil trajeto proporciona.

O "Inverno no clube" é a parte mais aterrorizante de todo o livro. Dentro de um misterioso clube de leitura e narração de histórias, um caso de natal deixa todos amedrontados. Através da explicação de um "Método respiratório", uma mãe solteira tenta desesperadamente dar a luz a seu filho com a ajuda de um médico do hospital, que faz de tudo para ajudá-la...

E tudo isso com uma narrativa que prende o leitor a cada instante. Ou melhor, o livro me prendeu como nenhum outro ultimamente tinha me prendido. E eu me deixei levar por ele e foi encantado pela sua magia.

E dele surgiram três filmes. Eu assisti dois e posso falar que eles são excelentes. Da primavera, surge "Um sonho de liberdade", com Morgan Freeman. Do outono vem o clássico da sessão da Tarde, "Conta Comigo". Esses dois foram aprovados... o outro filme vem do verão, "O aprendiz" é o próximo filme que está na minha lista...

A dica tá aí. Vale muito a pena ler o livro e, depois, assistir os filmes. Um dos melhores livros do King que eu já li em toda a minha vida...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Numa sexta-feria à noite

- Vamos, só mais uma dose... – Implora a mulher no balcão.

 - Minha cara, não vou servir mais nada! Por dois motivos. Primeiro, já estamos fechando. Segundo, você conseguiu acabar com nosso estoque de Tequila, não temos mais nenhuma gota para servir.

 Ela tenta, inutilmente, segurar o choro.

 - Você... Seu garçom maldito... Não... Tem pena... De uma pobre... Humilhada... Azarada... Infeliz... Quase suicida, noiva?

 - Claro que sim, senhorita – Ele, carinhosamente, envolve um dos braços pelas costas da mulher desolada e a conduz sutilmente até a porta – Sabe, com minha mãe aconteceu a mesma coisa... Um casamento dos sonhos... Tudo marcado... Sabe com é, né? Uma linda igreja... Toda a família lá... tsc... tsc... Mas o noivo também a abandonou... E ela ainda estava grávida.... assim como você, ela pegou um táxi e foi até o bar mais distante que seu dinheiro podia pagar... coitada... bebeu a noite toda, como você... compartilhou da sua dor com o atendente daquele prostíbulo... e hoje, que ironia, tenho a chance de fazer por você exatamente o que aquele bom homem fez por minha mãe naquela noite fria há 37 anos... ele lhe disse, segundo minha própria mãe, que Deus a tenha, as palavras mais sábias que ela já ouvira. Sabe quais foram?

Haviam chegado até o lado de fora do bar.

 - DÊ O FORA DAQUI, SUA BÊBADA!

Então, a noiva saiu vagando pelas ruas estreitas daquele bairro que ela não conhecia. Ela tropeçava em cada desnível da calçada, sozinha. Melhor, ela e seus pensamentos:

“-  Aquela Mônica... amiga da onça... ninguém REALMENTE diz algo no ‘fale agora ou cale-se para sempre’.... Ah, Alberto, seu cachorro... eu não acredito que cai nessa... deixada no altar....Bom, pelo menos não estou grávida... ou estou?”

Depois de alguns segundos calada e de perceber que não tinha dinheiro para comprar um teste de farmácia, ela começa a cantarolar, resmungar, chorar, gritar e gemer. Tudo ao mesmo tempo, desesperada.

“Você me ligou naquela tarde vaziaaaaa
e me valeu o diaaaaa
Você ligou me ligou naquela tarde vaziaaaa
Na mente fantasiaaaa”

Não demorou muito, um policial, que fazia a ronda pelo local, parou a desvairada. Tentou aconselhar a moça, dizer que já eram quatro da manhã e havia pessoas querendo dormir. Ela continuou cantando. O policial lhe deu uma advertência verbal. Ela continuou. Ele foi enfático. Ela foi indiferente. Quando o homem da lei lhe encostou para chamar sua atenção, a coitada de branco ficou histérica, perdeu a razão e começou a espernear ensandecida.

Foi presa por desacato.

Na delegacia não havia ninguém. O delegado havia tirado férias. Só estavam lá o policial que lia seu exemplar do jornal Super Notícia com muito afinco e a noiva, lembrando com muita raiva de seu ex-noivo Alberto e maquinando friamente um jeito de se vingar do homem...

- Sabe, seu policial?  - Disse ela se levantando, arrumando os cabelos, recolocando o vestido no lugar e assoprando na mão em forma de concha.

- hum? – resmungou o outro sem desviar os olhos do jornal.

- Tecnicamente, hoje é minha noite de núpcias...


P.S.: Título de uma matéria bizarra + mente de um macaco maluco = "Numa sexta-feira à noite"

terça-feira, 24 de março de 2009

Volte sempre

- Moça?

A bibliotecária, que até agora lia a última edição de "Você Crochê", deixa a revista de lado, respira fundo e responde ao jovem à sua frente.

- Sim?

- Tô procurando um livro que pediram na escola.

- Qual o título? - pergunta ela, esperançosa, com as mãos no teclado. Não é tarde demais. Um milagre ainda pode acontecer.

- Nem lembro... uns nomes lá.

Pronto. Já não há volta. Acaba de começar o ritual que se repete várias vezes ao dia, tão extenuante que por si só merece a criação de um sindicato. Mas a bibliotecária está acostumada.

- Talvez o autor?

- Ow, sei lá. Um Xes não sei quê.

Normal. Se o jovem não lembra o título, muito menos irá lembrar o autor. A bibliotecária está acostumada.

- Talvez se você descrever a capa...

- Assim, a capa eu vi, so que a fessora falô que tem várias...

Nada demais. É sua maneira de dizer que há várias edições. A bibliotecária está acostumada.

- Lembra da trama?

- Um cara que fica afim de uma gata, mas o pai dela é meio psicopata, não deixa eles ficarem juntos...

Isso poderia ajudar se o jovem falasse português. Assim, entendendo 25% do que foi dito, fica mais difícil. Mas a bibliotecária está acostumada. Aliás, até sente a coceira na panturrilha que lhe indica que estão perto.

- O final?

- O povo morre. Sabe, não tudo mundo, só o casal...

- Romeu e Julieta! - grita a bibliotecária, sentindo que respondeu a pergunta do milhão.

O jovem, perplexo, assente.

Enquanto o vê sair, a bibliotecária lembra. Como era tola. Achava que eles iriam voltar leitores apaixonados, pedindo mais. O tempo lhe ensinou que a única razão pela que voltavam era para devolver o livro.

Entra mais um aluno, e bibliotecária, que já virava a página de "Você Crochê", sente vontade de chorar.

- Sim? - diz, antes mesmo de ser interpelada.

- Estou procurando um livro...

- Qual? - pergunta novamente, já sem nenhum traço de simpatia.

- "A Metamorfose", de Franz Kafka.

A bibliotecária desmaia.

sábado, 21 de março de 2009

Indie rock de primeira


Não é nenhuma novidade que a cena musical inglesa é uma das mais bem estruturadas em todo o mundo. Nem é necessário retroceder muito no tempo para comprovar isso. A ascensão de bandas como Arctic Monkeys, Muse, The Ting Tings, Kaiser Chiefs e de excelentes cantoras como Amy Winehouse, Lily Allen e Duffy mostra como os últimos anos têm sido bem movimentados por lá.

Seguindo esse ritmo, uma banda escocesa surge como uma nova promessa do rock inglês. Essa banda é o The Fratellis, formada por Jon Fratelli (Guitarra/Vocais), Barry Fratelli (Baixo) e Mincy Fratelli (Bateria/Vocais). Sua sonoridade é comparada a clássicos como T-Rex, The Clash e Oasis, além dos atuais Arctic Monkeys e The View.

Com um som que segue a linha do indie rock, o trio empolga com músicas sonoramente viciantes e letras muito bem-humoradas. Seu primeiro CD, o Costello Music, foi lançado em 2006 e conta com muitos potenciais singles, entre eles Henrietta, Country Boys and City Girls, além da excelente Chelsea Dagger e de Whistle For The Choir, que remete às músicas da década de 50, com toda a ingenuidade da letra e um acorde melódico altamente acústico. A capa do CD lembra esse espírito também, com a figura de três mulheres ilustradas bem ao estilo anos 50.

O novo CD da banda foi lançado em junho de 2008. Em Here we stand, o trio continua no caminho que foi construído no Costello Music. As músicas sobre mulheres, álcool e drogas continuam cm forte peso e com o mesmo nível de bom humor. E como em todo bom trabalho, ele apresenta uma grande evolução em relação ao anterior, com vocais mais consistentes e guitarra mais atuante, principalmente em faixas como Tell me a lie e Straggler’s moon.

Se animar de verdade ao escutar uma música é feito de poucas bandas. The Fratellis consegue isso, não apenas em uma das faixas, mas em todo o CD, sem o problema de cair na mesmice. Vale muito a pena conferir.

Texto escrito para o Site Odisco, há um tempinho, mas vale a pena postar aqui!

terça-feira, 17 de março de 2009

Opinar ou não opinar, eis a questão

Como alguém que está dentro do âmbito do jornalismo, já cansei de ouvir falar sobre a "pretensão da imparcialidade". É um absurdo, é ridículo e inconcebível que alguém possa falar algo sem carregá-lo de opinião. Por isso, apresento o Jornal Parcial, que traz a você as notícias sem hipocrisia, colocando sentimentos e convicções nas reportagens como Deus manda.

(Vinheta de abertura)

(Voz do locutor) Jornal X. Trazendo a você as notícias, mas do jeito que a gente quer.

(Apresentador 1) Bom dia. Esta é a edição matinal do Jornal X, e eu sou Eduardo. Comigo apresenta Catarina.

(Catarina) Bom dia. Hoje de manhã, ou pelo menos o que a maioria de pessoas entende como manhã, por que, você sabe, no Japão é noite, uma menina provávelmente caiu no rio e morreu. Isto é, é o que dizem, mas nós do jornal não acreditamos muito, porque a mãe tinha cara de mentirosa. E ninguém mostrou nenhum corpo, então a menor poderia somente ter sido levada pelo rio para outro lugar.

(Eduardo) Ontem à noite aquela porcaria de presidente que o país tem anunciou que irá cortar verbas para a educação infantil. Dá pra acreditar nesse babaca? E olha que o jornal X avisou: "Não vote nele". E o povo votou. Você, telespectador, é um idiota.

(Catarina) O Encontro de Debate Sobre Aquecimento Global acabou hoje, com resultados brochantes. Eu sou cem por cento natureza, faço coleta seletiva em casa, nem pum eu solto para não aumentar o aquecimento global, e não acredito que eles só conversaram. Dá medo pensar para onde o mundo está indo.

(Eduardo) Mas vai, pode admitir: Ligar pra natureza é meio gay.

(Catarina mete a mão na cabeça de Eduardo e este volta a apresentar as notícias) A venda de sorvetes aumentou com o calor. O que a maioria das pessoas não sabe é que o picolé faz muito mal à saúde. Eu mesmo perdi uma sobrinha para doenças renais causadas por excesso de sorvete e suco em pó. Cuidado, telespectador.

(Catarina) Voltamos depois do comercial. Aliás, prestem bastante atenção neles, que é a publicidade que nos sustenta, viu?

sábado, 14 de março de 2009

Poesia = romantismo?

14 de março. Para quem não sabe, hoje é o Dia Mundial da Poesia. Aliás, nem eu sabia disso. Tava navegando na net e de repente eu topo com essa informação. Foi aí que pensei: “Porque não escrever sobre isso hoje no Três Bananas”?

Fazendo um mini brainstorm individual, comecei a pensar no que a poesia significava. A primeira coisa que me veio foi o romantismo que ela passa. A maioria das mulheres fica caidinha por alguém que consiga fazer belos versos de amor. E a temática principal dos poemas é o amor, não há como negar isso...

Então comecei a pensar no significado dos poemas para mim e lembrei que odeio poemas. Em parte pela minha incapacidade de escrever qualquer coisa em verso e em parte por ficar meia hora pra entender alguma coisa escrita assim. Aliás, tem duas formas de se ler poesia: ler e dizer que é lindo, mesmo sem ter entendido nada; ou dizer que não entendeu e achar uma droga.

Apesar de me encaixar na segunda categoria, tem um poeta que eu gosto muito. Ela foge completamente da figura do poeta romântico, principalmente porque ele é proveniente de um período anterior. Seus poemas de escárnio são os que eu mais admiro em toda a história da poesia brasileira (e olha que eu até gosto do Vinícius e Tomás Antônio Gonzaga).

Seus versão falando mal da capital baiana são os melhores! “De dois ff se compõe/ esta cidade a meu ver:/ um furtar, outro foder”. Como deu pra perceber nesse verso, ele usa palavrões em seus textos, coisa que pouquíssima gente fazia, principalmente porque era no século XVII.

Seu poema mais célebre é um epílogo que maldiz toda a cidade de Salvador...

“Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha”

Além de criticar a cidade em que vivia, outro foco de seus ataques eram os padres e a Igreja. Por causa disso acabou ficando conhecido como “Boca do inferno”. Seu estilo de vida regado a prostituição colaborava com o estilo de seus escritos.

Um dos poemas mais divertidos dele, na minha humilde opinião, é o que contém a seguinte estrofe:

“Jogando Pedro, e Maria
os piques sobre a merenda,
vi pois, que sobre a contenda
Maria picar queria:
ela, que a Pedro entendia
disse então: aqui-d'EI-Rei:
pica-me, Pedro, e picar-te-ei”

Precisa de mais alguma coisa pra falar o porquê de minha paixão pela obra dele? Ou você se encaixa no segundo grupo de leitores de poemas que odiaram isso porque não entenderam... esse eu consegui! Afinal, Maria picar queria...

Tá, chega de poesias por hoje, esgotei minha cota do ano inteiro...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Vamos dançar?

Por que diabos um macaco faria aulas de dança de salão? Ora, pelo mesmo motivo que todo mundo faz: amor à arte. Tudo bem, eu sei que a maioria das pessoas está rindo incrédula e pensado: “Rá! Esse macaco tá querendo aumentar seu índice de pegação com essas aulas, isso sim!”. Confesso, é claro que o “pleno desenvolvimento da linguagem corporal para a otimização de resultados nas relações inter-pessoais” [valeu pela definição, meu amigo do Icex] não foi deixado de lado. Afinal, vocês sabem, dançar dá um “chalme”, uma “malemolência”, um UP no “ó do borogodó”.

Além do mais, vejam o que já escutei uma mulher dizendo: “Se o cara souber tocar violão, for inteligente, engraçado, carinhoso e... dançar, sinceramente, ele nem precisa ser bonito, eu caso”. Fiz minhas contas e, definitivamente, as aulas de dança são bem mais baratas que plásticas para ficar parecido com o Brad Pitt. Mas é verdade, eu também GOSTO mesmo de dançar. O clima enquanto se dança é relaxante, envolvente, apaixonante.

Certo dia fui fazer uma aula experimental, algo como “test drive” de dança. Você, que nem andar sabe direito, entra numa sala cheia de pessoas que dançam [nesse caso] há um ano e tenta pegar alguma coisa.  Claro que o professor [feliz ou infelizmente] está sempre do seu lado.

Quando eu entrei no salão, me espantei com o lugar. Era um enorme salão quadrado com uma pintura meio amarelada, um chão de tacos bem encerados e espelhos em todas as paredes. Inexplicável!

Havia uma turma esperando obedientemente as orientações do professor. Ele era um tipinho engraçado, descontraído, com cavanhaque, que falava rápido e tinha a mania de piscar o olho e fazer “tic” com a boca a cada frase terminada. Eu poderia jurar que seu nome era Manolo, mas na verdade era Cristian.

Enfim, havia uns 15 alunos. Uns seis homens para nove mulheres. Os caras eram uns "mauricinhos", meio engomados e de camisas pólo listradas. As mulheres, lindas, morenas, loiras, até as que não estavam, digamos, “em perfeita forma”, tinham um quê de feminilidade surpreendente. Alguma coisa a ver com postura, jeito de andar, não sei bem, mas eram todas maravilhosas.

- Hop!

Foi tudo o que o professor disse e, imediatamente, todos os pares se formaram e os casais começaram a flutuar salão a fora. Exceto eu. O tango começou a tocar e fiquei só boiando, vendo e babando. Aqueles caras sabiam mesmo conduzir uma mulher e elas gostavam daquilo. Os passes eram os mais mirabolantes, as viradas, as atitudes: um show!

- Vamos-Mizaru-!-Você-veio-aqui-para-“bailar”-ou-olhar?-Vou-lhe-arrumar-um-belo-par-“tic” – Disse num fôlego o professor – Dona-Clemilda-venha-aqui-por-favor!

- é... – Foi o que eu consegui falar quando vi Dona Clemilda vindo.

Eu não a tinha visto da primeira vez que olhei a classe. Ela era uma senhora que, sem dúvida, bombava nos grandes bailes tradicionais... da década de 1920/1930! Um legítimo brotinho! Claro que a gravidade não tinha lhe sido muito generosa, nem o sol e os anos [todos] que se passaram. Resumindo, era uma vovozinha simpática num vestidinho de saia rodada com grandes flores vermelhas estampadas.

- Vamos-rapaz-conduza-a-dama-“tic”! – Disse Cristian pegando minha mão e colocando nas costas de Clemilda.

- Com licença, senhora. – Disse, tentando ser educado.

- Senhorita, garotão. Senhorita. – Ela respondeu.

Eu preciso comentar o quanto fiquei constrangido? Não, né? Ok. Passando o tempo fui aprendendo uns passes. Segundo Cristian, eu já sei o suficiente para dançar 20 segundos com alguém até que ela fique entediada!

Tirando os momentos “excêntricos” foi bacana a aula:

- Mais-molejo-rapaz! – Me falou uma hora o professor, no meio da lição de samba – Não-garoto-!-Remexa-esse-traseiro!-Onde-está-sua-brasilidade-?-“tic” – Brincou ele, aproximando as mãos do meu quadril.

[Afasta essas mãos de mim, seu Antônio Bandeiras do Paraguai! Pensei].

Mas não fiz nada e ele realmente [droga] me “ensinou” a remexer no samba.

A aula foi muito boa. Dona Clemilda é até simpática e, por sorte, os pares trocam. Aprendi uns passes mais avançados com outras dançarinas, todas muito educadas e meigas. Enfim, tirando que eu estava quase matando o professor por causa dos malditos “tic” e que tive que dizer que não tenho celular pra Clemilda, foi uma das melhores experiências que já tive. Vou continuar e indico pra todos: Façam dança de salão!

 

P.S.: Se tiver festa, me chamem.

P.S.2: Se alguém quiser aula particular é só falar. [só para mulheres] =P

segunda-feira, 9 de março de 2009

Samba do HDTV

Tira o pê do chão,
Quero ouvir o pandeiro tocar
Pois tô vendo lá no horizonte
a HDTV chegar

Samba rico, samba pobre
Essa é a nova televisão
E o que mais ela promete
é a alta definição

É a barriga do Ronaldo,
são as rugas da Bernardes
Agora tudo está sujeito
a escrutínios e alardes

Tem até na sua novela
E aumenta a emoção
Se a mocinha grita
dá pra ver a obturação

E nesse negoço de "não pega"
a HDTV deu sumiço
O sinal é excelente*
*Mas só em terreno liso

Mais palmas, gente!
Já falei da interatividade?
É você xingando a tela
Não tem mais passividade

Se você vai ser ouvido
isso não posso garantir
Nossas linhas estão ocupadas
até o dia da **** parir

Tá esperando o quê?
Vai comprar já o adpatador
Que Tv é para tudo mundo
de noveleira a torcedor

E se não puder pagar?
Ô meu caro, tá ******
Mas ninguém mandou ser pobre
É culpa sua ter sido esquecido

Tira o pê do chão,
vão fazer a terra tremer
Quero tudo mundo dizendo
AMO H-D-T-V!

P.S.: Isso foi baseado nas opiniões de uma professora minha, e de nenhuma maneira reflete minha postura a respeito da HDTV... =P

sábado, 7 de março de 2009

It's me, Mario!


Crise... “Radar Scope”, o último jogo lançado, havia sido um fracasso total. Se ninguém pensasse em algo rápido, a empresa corria um sério risco de abandonar os negócios. No meio de tudo isso, um funcionário recém-chegado criou um jogo em que poucos acreditavam.

Mas eis que “Donkey Kong” tornou-se uma febre em 1981. A Nintendo estava salva graças à genialidade de Shigeru Miyamoto e aos dois personagens criados. Um deles é um macaco que dá nome ao jogo. O outro era um tímido carpinteiro chamado Jumpman.

O personagem pulador fez tanto sucesso que a Nintendo resolveu investir nele. O primeiro passo foi alterar seu nome. E a inspiração para isso foi um inquilino do armazém onde a empresa estava instalada que se assemelhava muito com o bigodudo. Seu nome era Mario Segalli e acabou soando perfeito para o agora extinto Jumpman.

Em “Donkey Kong Jr.” (1982), Mario aparece pela primeira e única vez como vilão. Em 1983 teve o primeiro game com seu nome, dessa vez ao lado de seu recém criado irmão. Em “Mario Bros.”, a dupla tinha que se livrar dos bichos do esgoto usando o que sabiam fazer de melhor: pular.

Foi aí que Mario deixou de ser um carpinteiro e assumiu de vez a profissão de encanador. Mas a maior revolução provocada por ele ainda não tinha acontecido.

Pense em um jogo de plataforma típico. Aposto que você imaginou um personagem que tem que passar de fases para atingir um objetivo no final. No caminho ele tem que enfrentar inimigos e tem ajuda de alguns itens que lhe dão poder. Esse é o modelo mais clássico de todos, instaurado por Miyamoto no jogo “Super Mario Bros.”, em 1985.

A partir de então, Mario tornou-se quase uma unanimidade dentre os nintendomanícos. Os consoles são lançados com a expectativa de qual vai ser o próximo jogo do Mario. Junto com o Super Nintendo veio o Super Mario World. Com o Nintendo 64 veio o Mario 64.



Apesar da expectativa, nos dois últimos consoles, os jogos do encanador não foram os primeiros a serem lançados. No Game Cube, a Nintendo lançou um game no qual o Luigi tinha a missão de resgatar o Mario (o.O), chamado “Luigi’s Mansion”. No Nintendo Wii ele só chegou depois de algum tempo, com “Mario Galaxy”.

Mas para quem pensa que a franquia fica apenas nos jogos de plataforma está muito enganado. É nos jogos multiplayer que o bigodudo mais se destaca. Quem nunca perdeu uma ou mais noites jogando “Mario Tennis”, “Mario Kart”, “Mario Party”, “Mario Golf” e os mais diversos jogos do Mario? Eu já perdi várias...

Como o Nintendo Wii é um sonho ainda, então vou me contentar com meu Super Nintendo. Dá licença que eu vou ali jogar um pouco. Sábado que vem eu volto...

quarta-feira, 4 de março de 2009

No ônibus


-Alô, eu posso falar com a Rafaela? Hein? Nada, CHAMA a Rafaela? AGORA!!

- Oi rafa. Acabou... Não, não tem mais volta. O Alberto estava sabe onde agora à tarde? Na casa da Mônica! Isso é muita falta de consideração!  N... Não! Eu não quero saber, pra mim acabou...

 [um minuto depois o celular toca].

 - Oi, mãe? Que foi mãe? Não... Tô bem, juro [chorando]... Não, acabou mesmo. Eu não quero ver o Alberto nem se ele ganhar na megasena! Como ele pôde fazer isso? Com a mônic... Não mãe! Eu não quero saber! O casamento é meu eu caso se EU quiser, QUANDO e com QUEM EU quiser! E daí se está marcado pra sexta? Isso só aumenta o meu ódio por ele! Alberto... Eu quero que ele morra! Tchau... Não, não foi falar nada... Estou no ônibus... É. Você sabe que eu não sou desse tipo de gente. Tchau.

 [choramingando e falando sozinha].

 - Como assim? Minha melhor amiga? Justo hoje que eu contei que estou grávida dele? Sabia que fui trabalhar chorando? Chorando de alegria... Agora, quando chegar lá no apartamento estarei chorando, de novo, e não estou nada feliz... Que cachorro! Merece aquela Mônica... Aquel...

 [disca um número no celular, trôpega].

 -Alô, mãe? Mãe! Faz um favor pra mim... Liga pro Alberto, “aquele lá”, e diz que SE ele quer se casar na sexta ele tem que me ligar agora! Sério... Ah, diz também que SE ele quer ver o filho dele algum dia na vida também tem que ligar! Não... Não conta que eu disse... Só fala isso... “Liga pra Luiza agora, se você quer salvar a sua vida e a dela”! É mãe... Não... Claro que eu sei que está dramático... Mãe liga! Fala isso!

 [celular toca]

[pigarro, limpando a garganta e evitando, muito mal, a voz de choro].

 – Alô? Quê? Não Alberto, onde VOCÊ está? EU NÃO QUERO SABER! Você acha que faz diferença? Eu já sei de tudo... você e a Mônica.... É o fim, preciso dizer? Isso mesmo... O fim de tudo: noivado, casamento, amizade, pena... Tudo! Eu tenho [típico] NOJO de você! Eu não quero entender... É muita sacanagem comigo... Vocês dois... Logo agora? Uma semana Alberto... UMA SEMANA... Isso é quase como ser deixada no altar!

 [se descontrola e começa a chorar]

– Para... Não fala isso... O quê? Claro que eu te amava... Claro que eu acreditava em tudo! Não sou eu quem mente nessa conversa! Hein... Não... Não me venha com esse seu romantismo barato... Chocolate? Serenata hoje à noite? Duvido! Canalha, eu não vou cair nessa de novo... Vou ouvir minha mãe... Vou ouvir minhas amigas... NOSSA! É por isso que a Mônica sempre di... Aquela despeitada! Não importa, eu não me importo... Sério? Na floricultura... Ooowwnn, você lembrou que eu adoro rosas brancas... Ah, Bê!... Você jura? Estava com ela só pra ela te ajudar a escolher o presente? JURAAA???? Na casa dela pra eu não ver? Ah, estou confusa... Não... Não chora amor... Ai, desculpa... Nossa, eu sou tão boba, estraguei tudo, né? Quê? Você até aprendeu a tocar Tarde Vazia do Ira? Claro que eu lembro que é a nossa música, môr...

[desce do ônibus]

  

 

P.S.: Façam suas apostas.

 

terça-feira, 3 de março de 2009

O zodíaco é brasileiro...

Áries: Você é uma dócil ovelinha.... que nada! Você é um lobo voraz e faminto, escondido na pele de uma dócil ovelinha. Tome cuidado com os lenhadores no caminho. Ou com os agentes da IBAMA.

Touro: Não há muito o que dizer sobre você, se você é homem. Você é um touro. Mas se você é mulher... ah, sim, percebeu já? Você é uma vaca. Não finja que não ouviu! Não se toca não? Ninguém te agüenta!

Gêmeos: Você, provávelmente, sofre de uma personalidade dupla. O gêmeo mau diz: "Não acorde, fique em cama, não precisa ir (insira obrigação aqui)." Já o gêmeo bom diz... Ah, nada não, esquece, ele diz que pode dormir mesmo.

Câncer: Uma de duas: Ou você caminha para os lados e têm olinhos esbugalhados, ou você é uma doença, se aproveitando de todos ao seu redor e não devolvendo nada, crescendo sem parar até causar a morte do seu ambiente. Pois é... agora você entendeu por quê foi despedido dos seu últimos dezessete empregos?

Leão: Suas raízes africanas são muito fortes. Você sente que seus instintos muitas vezes prevalecem sobre o racicínio (é, pois é, aqueles vácuos na sua memória é melhor nem preencher). Lembre-se: As leoas são as caçadoras (portanto, se você é homem, pare de incomodar toda coitada que cair na sua frente).

Virgem: Você, claro, não é brasileiro. Virgem? (cai numa gargalhada reverberante).

Libra: Justiça é a sua praia. Claro, a justiça é cega, então não se preocupe: Ela não vai ver sua casa de cinco milhões que não foi declarada no imposto de renda, muito menos que você atravessa o sinal vermelho.

Escorpião: Você é mortal. Qualquer um que atravesse o seu caminho está perdido. Só com dizer "Você sabe com quem está falando?" todos cairão aos seus pés. Somente tome cuidado para que eles não caiam de riso.

Sagitário: O centauro caçador. É, você tampouco é brasileiro. Ora, onde já se viu um centauro nessas terras? Saci, pode ser, talvez até lobisomem. Mas centauro? Cuidado para não ser deportado.

Capricórnio: Hem... não sei se você percebeu, eu eu não quero ter que puxar a ficha se ela não caiu, mas seu signo é um bode. E ele tem chifres. Pois é, chifres. Se eu fosse você (e graças a Deus não sou), eu começaria a investigar algumas areas da minha vida. Sabe, dois é bom, três é demais.

Aquário: Ah, aquário, a água, o fluido, as mudança... Mais que nada, o líquido. Ou seja, chope depois do expediente não pode faltar. E alguns mais durante o fim de semana. Aliás, sempre que se presentar a ocasião.

Peixes: Você é, claro, carioca, que acha que praia o dia inteiro não tem nada de errado. E pensar que são uma das cidades importantes deste país me faz... morrer de inveja!