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quinta-feira, 12 de março de 2009

Vamos dançar?

Por que diabos um macaco faria aulas de dança de salão? Ora, pelo mesmo motivo que todo mundo faz: amor à arte. Tudo bem, eu sei que a maioria das pessoas está rindo incrédula e pensado: “Rá! Esse macaco tá querendo aumentar seu índice de pegação com essas aulas, isso sim!”. Confesso, é claro que o “pleno desenvolvimento da linguagem corporal para a otimização de resultados nas relações inter-pessoais” [valeu pela definição, meu amigo do Icex] não foi deixado de lado. Afinal, vocês sabem, dançar dá um “chalme”, uma “malemolência”, um UP no “ó do borogodó”.

Além do mais, vejam o que já escutei uma mulher dizendo: “Se o cara souber tocar violão, for inteligente, engraçado, carinhoso e... dançar, sinceramente, ele nem precisa ser bonito, eu caso”. Fiz minhas contas e, definitivamente, as aulas de dança são bem mais baratas que plásticas para ficar parecido com o Brad Pitt. Mas é verdade, eu também GOSTO mesmo de dançar. O clima enquanto se dança é relaxante, envolvente, apaixonante.

Certo dia fui fazer uma aula experimental, algo como “test drive” de dança. Você, que nem andar sabe direito, entra numa sala cheia de pessoas que dançam [nesse caso] há um ano e tenta pegar alguma coisa.  Claro que o professor [feliz ou infelizmente] está sempre do seu lado.

Quando eu entrei no salão, me espantei com o lugar. Era um enorme salão quadrado com uma pintura meio amarelada, um chão de tacos bem encerados e espelhos em todas as paredes. Inexplicável!

Havia uma turma esperando obedientemente as orientações do professor. Ele era um tipinho engraçado, descontraído, com cavanhaque, que falava rápido e tinha a mania de piscar o olho e fazer “tic” com a boca a cada frase terminada. Eu poderia jurar que seu nome era Manolo, mas na verdade era Cristian.

Enfim, havia uns 15 alunos. Uns seis homens para nove mulheres. Os caras eram uns "mauricinhos", meio engomados e de camisas pólo listradas. As mulheres, lindas, morenas, loiras, até as que não estavam, digamos, “em perfeita forma”, tinham um quê de feminilidade surpreendente. Alguma coisa a ver com postura, jeito de andar, não sei bem, mas eram todas maravilhosas.

- Hop!

Foi tudo o que o professor disse e, imediatamente, todos os pares se formaram e os casais começaram a flutuar salão a fora. Exceto eu. O tango começou a tocar e fiquei só boiando, vendo e babando. Aqueles caras sabiam mesmo conduzir uma mulher e elas gostavam daquilo. Os passes eram os mais mirabolantes, as viradas, as atitudes: um show!

- Vamos-Mizaru-!-Você-veio-aqui-para-“bailar”-ou-olhar?-Vou-lhe-arrumar-um-belo-par-“tic” – Disse num fôlego o professor – Dona-Clemilda-venha-aqui-por-favor!

- é... – Foi o que eu consegui falar quando vi Dona Clemilda vindo.

Eu não a tinha visto da primeira vez que olhei a classe. Ela era uma senhora que, sem dúvida, bombava nos grandes bailes tradicionais... da década de 1920/1930! Um legítimo brotinho! Claro que a gravidade não tinha lhe sido muito generosa, nem o sol e os anos [todos] que se passaram. Resumindo, era uma vovozinha simpática num vestidinho de saia rodada com grandes flores vermelhas estampadas.

- Vamos-rapaz-conduza-a-dama-“tic”! – Disse Cristian pegando minha mão e colocando nas costas de Clemilda.

- Com licença, senhora. – Disse, tentando ser educado.

- Senhorita, garotão. Senhorita. – Ela respondeu.

Eu preciso comentar o quanto fiquei constrangido? Não, né? Ok. Passando o tempo fui aprendendo uns passes. Segundo Cristian, eu já sei o suficiente para dançar 20 segundos com alguém até que ela fique entediada!

Tirando os momentos “excêntricos” foi bacana a aula:

- Mais-molejo-rapaz! – Me falou uma hora o professor, no meio da lição de samba – Não-garoto-!-Remexa-esse-traseiro!-Onde-está-sua-brasilidade-?-“tic” – Brincou ele, aproximando as mãos do meu quadril.

[Afasta essas mãos de mim, seu Antônio Bandeiras do Paraguai! Pensei].

Mas não fiz nada e ele realmente [droga] me “ensinou” a remexer no samba.

A aula foi muito boa. Dona Clemilda é até simpática e, por sorte, os pares trocam. Aprendi uns passes mais avançados com outras dançarinas, todas muito educadas e meigas. Enfim, tirando que eu estava quase matando o professor por causa dos malditos “tic” e que tive que dizer que não tenho celular pra Clemilda, foi uma das melhores experiências que já tive. Vou continuar e indico pra todos: Façam dança de salão!

 

P.S.: Se tiver festa, me chamem.

P.S.2: Se alguém quiser aula particular é só falar. [só para mulheres] =P

10 comentários:

Gustavo Almeida disse...

muito doido o texto
concordo q dançar traz um q a mais, hehe

Pedro, o Nogueira disse...

sou beem suspeito pra falar, mais de dez anos de dança na veia =P

Aqui, essa musica eh a musica mais foda do mundo [a do video] e essa eh a maioral dancing sequence do cinema.

Aline disse...

Sou louca para fazer dança de salão. Acho que é uma das poucas modalidades de dança que eu ainda não fiz aula, rs. Quem sabe um dia...meu objetivo principal, assim que arranjar tempo, é voltar pro ballet!
Mas me deixei a par de tudo que rola na aula. E boa sorte!

Beijos

kuandr disse...

putz doido
eu so doido pra aprender a dancar infelizmente eu to fugindo a quase todas as regras:
dizem que:

canhoto e bom de bola e inteligente; eu so perna de pau e burro feito uma mula.

Sou carioca e nao sei sambar... entao da so pra imagina o restante... rsrs

imagina agora que eu to morando em Sergipe como dizem " o pais do forró "
kkk


mas vou caçar por aki uma escola de aula de salao shaush


www.kuandr.blogspot.com

Nath disse...

Nossa, dança de salão é a coisa mais linda do mundo *.*
Tango, principalmente! Eu já fiz uma aula de bolero, só pra ver como era.. mó legal também..
mas tango tem seu charme, né?!

Já quis faz aula, mas a timidez não deixa.. mó ruim isso :x
enquanto isso, só vejo os outros dançando.. e admiro!

PS.: O texto ficou muito bom, gostei do humor :)

beijo

Nath disse...

*opa, erro de digitação (auhuha)

Já quis fazer** aula :)

Jessica disse...

Eu sou muito ruim, mas também já me aventurei na dança de salão... fiz um mês de aulas, durante as férias.

Ainda tô beeeem longe de algo que seja próximo do ideal, mas já dá pra divertir um pouquinho!

Anônimo disse...

Mal intencionadíssimo...hahaha

Saber dançar é uma experiencia unica...que eu espero poder experimentar um dia!

Luize Valú disse...

auhuahauaha, tenho q rir ennin. mas dançar é muito doido, sempre quis aprender. espero q vc passe seu celular pra dona clemilda. deixa de preconceito.

Anônimo disse...

Huaheuahe...seu macaco espertinho..
o Vídeo do Al Pacino ae já denota as "intenções interpessoais" q vc citou..haueha
Bom txt, cara, ficou bom.