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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Flashback

All the small things diz:
Pois é! Eu odeio o Mil-néle. Você viu o que ele falou com a coitada? “A coisa mais idiota que eu já ouvi na vida”... Nossa.

Mizaru
diz:
humm
Ele é louco, isso é o que eu acho. Acho que fugiu de um hospício ou cadeia. Ou de um hospício para homicidas. Aqui, vou sair... bjos.

All the small things diz:
Yay! Bjuu…
Calma!
CALMA!
Você vai sair agora? São onze da noite!
:( , ele já foi.

As últimas quatro frases eu só li quando loguei novamente no MSN no dia seguinte. Era tarde, mas o [maldito] horário de verão me enganou. A noite estava infernalmente quente ali no meu quarto. Quando olhei pela janela, vi a avenida pouco movimentada que pela manhã está sempre cheia de “esportistas de meia hora”. A lua brilhava e realmente parecia me convidar a ir até a padaria comer um pão de queijo e curtir a brisa tranqüila que não entrava no apartamento.

Desci as escadas ansioso pelo toque do vento no meu rosto. Ansioso para dar uma boa dentada no pão de queijo e um gole no leite gelado, especialidade daquele padeiro. Porém, mesmo se eu tivesse chegado a padaria naquela noite, eu não me satisfaria, ela fecha às nove. Mas ninguém tem acesso ao botão de “forward” da vida e não havia nem como suspeitar dos quão estranhos e bizarros seriam os momentos seguintes.

Eu estava na avenida principal da região, a dos aspirantes à “Edson Cordeiro”. Tudo estava vazio, exceto por mim, ou quase isso. Eu ouvia passos acompanhando os meus. Cheguei mesmo a pensar que eu escutava outra respiração que não era a minha. Mas, quando me virava para olhar, não dava pra ver nada. Fiz esse movimento três vezes, sempre sem perceber nem uma sombra estranha.

Mas a sensação era mesmo estranha. Me senti, confesso, como em um filmezinho bem clichê de suspense. Sabe a cena da perseguição? Alguns instantes e o que a pessoa faz? Claro, acelera o passo. Foi o que fiz.

- Que ridículo, eu não vou ficar correndo do nada... o que faço depois? Começo a gritar e corro como uma “donzela em perigo” – Pensei e olhei para trás denovo.

O choque foi tão intenso quanto cômico. Um menino, ele tinha uns seis ou sete anos. Maltrapilho, loiro, olhos castanhos e de pele bem bronzeada pelo sol. Um típico menino que passou o dia inteiro na rua. Claro que estava brincando comigo, eu pensei enquanto me envergonhava de ter tido medo de um pequeno garoto zombador. Mas era só o começo da surpresa.

- Passa a grana aê “baxin”! – Disse o garoto com a voz tão grossa quanto podia.
- Quê? – Não que eu não tivesse realmente entendido, mas sei lá, ainda estava pensando que era brincadeira.
- Po mermão, c ta me zuando? Mandei passar a grana, porra! Qualquer “dois real” ta valenu! – Ele sussurrou tirando a arma da calça.
- Quê? – Tenho a péssima [ou ótima] mania de repetir minha última frase quando não sei o que fazer.
- Mister... Di-nhei-ro... Tchu Real... – Falou mansinho, quase que pedagogicamente, o garoto num bizarro acesso de “generosidade”. Na certa achou que eu fosse turista. [Sim, minhas roupas são estranhas].
- Dinheiro? O quê? Não comprrrrender – E lá estava eu, dançando conforme a música. XD
- Senhor... [gesto de dois com a mão] ... Môni... Mim!
- Mas eu não te conhecer.... qual é seu nome?
Nisso ele já tinha guardado a arma. Aquilo tinha se tornado uma questão de honra: Ajudar um estrangeiro a ser assaltado. Quase poético.
- Mateus, senhor.
- Mattew?
- Não... MÁ-TÊ-US...

Continuamos andando... Consegui retornar rumo ao meu condomínio e o garotinho indo atrás de mim. Não ia demorar muito a ele perder a paciência. Tinha que mudar de atitude.

- Mas Mateus, para que você quer mesmo dois reais?
- Uai.. como assim? Eu quero, me passa!

Ele havia percebido que eu não era estrangeiro, débil mental ou coisa que o valha... estava começando a ficar com raiva. E arma não é brinquedo.
A situação estava fugindo do meu controle, meu prédio estava longe. Eu ia morrer na situação mais ridícula.

“-Por que você matou ele, muleque?
- Ah, eu só queria dois reais, mas ele começou a me zuar... buáááá´....
- Hum, entendo. Pobre garoto... – Vira para o outro lado, aponta acusadoramente- Difunto mau! Difunto muito mau!”

Então foi quando lembrei de um grande amigo meu, ícone mor da coragem e da bravura. Uma ave modelo... O que fiz? Olhei para o lado e entrei numa casa que nunca tinha visto antes, claro.



P.S.: Não resista a assaltos, nunca.
P.S.2: Essa é pra quem me cobrou histórias reais no blog

4 comentários:

Jessica disse...

ahauahaaua
isso aconteceu ennio???
"- Dinheiro? O quê? Não comprrrrender" cara de pau! ahauahauahaa
e aqui, se esse small tem relação comigo fui citada indevidamente! >.<

Anônimo disse...

Haheuaeh...interessante, Tiennin!! Qebrar o esteriótipo físico do "menino pobre assaltante foi massa!! Agora a história de ser real é meio macabra...

Abraço!!

Pedro, o Nogueira disse...

MEU DEUS!

Unknown disse...

hauhauahuahuahuahua! d+ ennio!
da próxima vez q eu for assaltada axo q vou usar a técnica d fingir d turista tbm! ri até =D

ps.: considerando q vc escreveu isso td depois d um dia d estágio escravo d manha e do basket massacrante no ceu a tard ( q por um acaso me dexo quebrada o resto da quinta feira!) o texto ficou realmente mais q bom!

ps 2. o próximo jogo agent ganha! (nota: lembrar d levar um tenis! rsrsrs)

bjo bjo