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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

One Republic


“Não, mesmo? Você mora em uma república? Que interessante!”. Isso é o que eu mais escuto. Numa rodinha de amigos num barzinho lá no interior, ou conversando com alguém daqui de Belo Horizonte. Jovens adolescentes de cursinho ou mesmo pessoas que viveram a vida inteira [e ainda vivem] com os pais. Eles nunca sentiram a tal “independência” e a famigerada “liberdade” de viver em uma república de estudantes.
 
Todo mundo da mesma idade, aproveitando a vida ao máximo. Festas todos os dias, acordar quando quer. Arrumação? Isso é para fracos! Chegar em casa quando bem entender [ou quando lembrar que é bom voltar], sem pais enchendo e cobrando... um paraíso, certo? Não vou mentir, é uma das experiências mais legais que já tive oportunidade de experimentar, mas não é nenhum carnaval 24 horas. Ou, pelo menos, esse não é o caso por aqui.
Vivo com mais dois colegas de apartamento. Veteranos-mor, todos os dois indo para o mestrado. Um deles, já estou com quase certeza de que, na verdade, ele não mora aqui.
 
- Diz aê, Japonês! – Cumprimento quando ele chega.
- Fala, Mizaru. Cara, acabei de chegar do Tocantins... pesquisa de campo, sácuméné?! – Ele responde.
ATHIM – espirei
- Ow, Falou, Mizaru. To indo agora pra Serra da Canastra... pesquisa de campo, sácuméné?! – Ele se despede passando pela porta.

Tá, exagerei um pouco, mas com certeza um dia vai chegar a esse ponto... coitado, geologia.
 
Tem mais um, o de Ciência da Computação. Rubens. O cara gosta mesmo de cada coisa em seu lugar, ele não perde uma:

- É, Mizaru... acho que essa semana é você que arruma a casa, neh? – Ele me disse uma vez na segunda feira 00:01 da madruga.

Ah, macaco – vocês devem estar pensando – mas tem as festas né... isso salva. Não ter que pedir autorização, com a galera animada... Doce ilusão. Certa vez, trouxe alguns amigos da faculdade aqui, de noite estávamos comentando:

- Quantos? Sete? Puxa... Wow, nosso novo recorde de convidados! Parabéns, abalando geral hein! – Um deles me confessou.

E tinha sido só uma sessãozinha de filme. Tá, é claro que Vicky Cristina Barcelona não é exatamente o tipo de filme que a gente imagina um pai chegando em casa com o DVD nas mãos e dizendo animado pra filhota: “Hey, meu anjo. Vamos assistir um filme? Eu, você e a mamãe?”. Definitivamente não. Mas nem foi uma FESTA mesmo.

Pra terminar a desolação, um dia eu passo pela portaria e o porteiro me chama pra perguntar onde eu moro. Digo onde é e ele se espanta.

- Que isso! Lá esse é o andar mais tranqüilo do condomínio todo, jurava que eram só apartamentos de família.

Apartamento de família?! Que mané apartamento de família o quê! Isso é mais que um insulto! Eis a razão de ser desse post! Tô inspirado com o quadro do Che aqui na sala: Viva a revolução na minha república! Os caras que moram aqui quase nunca estão mesmo. Esse ano promete aqui na República..... República... Poxa! Nem nome aqui tem. Alguma sugestão?

P.S.: Pro post não ficar completamente inútil, aí vai um link para quem está pensando em morar em república: http://pessoas.hsw.uol.com.br/republicas.htm

P.S.2: Sem apelação quem mora aqui e ler isso, hein! rs

6 comentários:

Anônimo disse...

hehehehe, falou tudo Mizaru. A idéia que geralmente vêm à cabeça quando se fala de morar em repúblca, na maioria das vezes, é tão errônea quanto a idéia de romance que a TV tenta nos vender. Não nego, vida em república é muito divertida e diferente da que tínhamos com nossos pais, mas isso tem um preço. Aproveitando a deixa "mais liberdade implica em mais responsabilidades", planejar as próprias despesas, cuidar da alimentação, essas coisas que não sabíamos o quão eram trabalhosas para nossas mães e pais. Mas isto ensina, e essa nova fase passará tão rápido quanto veio e nos recordaremos com saudades de como foram bons estes tempos (talvez melhores em nossas recordações do que na realidade, ou não). Mas já to falando d+, obrigado pelo belo texto Mizaru, me fez pensar em muitas coisas aqui. Abraço mano

Jessica disse...

sessão de cinema é super bombante e divertida, nem vem! xD
é, confessso, sempre tive essa idéia da vida em uma república. mas é fato, deve ser preciso muita responsabilidade.
adorei o texto porquinho! xD

Aline disse...

Olá! Estou retribuindo a visita! Voltem sempre para ler algumas besteiras.
E eu nunca tive essa experiência, mas já frequentei muitaas repúblicas e suas respectivas festas. E por isso te digo que uma das melhores que eu já fui tinha um total de cinco pessoas, um garrafa de saque, uma de vodka e uma de champagne! Bastou, hiouhua!

Beijos, estou linkando vocês.

anna carolina disse...

Quero ver Vicky Cristina Barcelona...
Alguém tem?
(:

Atóron perceber os traços das personalidades ou das vidas de vocês pelos textos! Porque, confesso, nunca sei os nomes de cada macaco, e não gosto de olhar no perfil. Pelo texto, tem mais graça! Você na sua república, o Fran, com umas palavras que não são do português no meio do texto...
[do brunin, eu não lembro nada, finge que tem alguma coisa dele aqui... hahahahahaha]
Bom, ótimo texto, merece uma banana. ou melhor, três bananas!
;D

Ah, tem post novo no Idéias. Tema relacionado com o desse post.
http://minhasideiassoltas.blogspot.com/

;*

Anônimo disse...

Hauehauehaue..boa, Macaco!!
Mas aqi na Boate Azul estamos longe d passarmos por uma "casa d família"..
mas ser o terror do prédio tem seu lado ruim tb!!!
Huahe...
Abrass.
Boa reflexaum..tentarei ser um melhor condômino dpois dessa..

Nath disse...

Acabou que você não falou das festas!
auhauhahu


muito bom o texto, ;D

beijo