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terça-feira, 19 de maio de 2009

O começo do fim!

A quinta temporada de Lost, talvez o seriado mais infame da TV, acabou na quarta feira passada. E quem agüentou até a quinta temporada realmente gosta do seriado. Nem mesmo a fome voraz por respostas pode segurar alguém através de cinco temporadas que confundem o telespectador. Ele não pode afirmar com certeza se está assistindo um seriado romântico, científico ou de fantasia. Não que mudar o foco não seja bom, mas quando a história começa com um grupo de náufragos e acaba com um grupo de deuses egípcios, eu sinto que alguém extrapolou.

No começo, todos estávamos presos. Éramos, afinal de contas, todos passageiros de um vôo comercial tentando sobreviver numa ilha selvagem. Como não podíamos amar a trama? Havia um eventual mistério, como um certo monstro que não víamos, e uma manada de ursos polares, mas estava tudo bem. Gostávamos dos personagens, nos identificávamos com eles. E nos perguntávamos com medo se eles seriam resgatados e sumiriam de nossas vidas.

Mas essa fase foi, lamentavelmente, efêmera. A revelação de que nossos queridos náufragos não eram os primeiros a pisar na ilha trouxe consigo uma horda de novas personagens (os Outros, a iniciativa Dharma, o cargueiro Kahan) e todos, novos e velhos, passaram a ter uma importância crucial para o Mistério (isto é, aquela explicação que ainda não foi dada sobre todas as loucuras que acontecem na tela). Houve um momento em que ficou insuportável: Cada episódio introduzia uma nova questão a ser respondida, nenhum respondia as anteriores. Criou-se uma apatia: Por que eu me importo se a sobrinha-neta da personagem X nasceu na casa de A, e a parteira foi Z? Eu nunca vou saber a significância mesmo!

A quarta e a quinta temporadas começaram a mudar. Talvez a diminuição de capítulos por temporada e do número de temporadas tenha feito os roteiristas focar a escrita. Era hora de parar de enrolar e começar a inventar (isso, inventar, pois não acredito que eles saibam) uma explicação para tudo. Foi a primeira vez que o seriado começou a dar respostas que, se não eram racionais, pelo menos explicavam alguns aspectos mais enigmáticos da trama (a sobrinha-neta, por exemplo, estaria destinada a destruir a ilha). Tirar algumas personagens da ilha também nos deu um respiro, porque lhes mostrou que, queiram ou não, precisavam dela. É lá que é seu lugar. Assim como nós, espectadores, também pertencemos a ela. Foi uma espécie de lembrete: "É por isso que você gosta de Lost".

Ainda não é um mar de rosas. Os roteiristas não resistem à tentação de introduzir novas personagens, mas se serve de consolo, elas já tinham sido mencionadas antes. Tampouco resistem a confundir mais a história com viagens para o futuro e o passado, relacionadas a teorias malucas que supostamente as explicam. Mas o final desta temporada me deixou com a firme impressão de que tudo pode acabar bem (não para as personagens em si, mas para a audiência). A sexta temporada ainda pode elaborar uma explicação no decorrer dos seus dezesseis episódios. Não que eu ache que o Mistério será algo satisfatório (para isso sim é tarde demais), mas tenho esperanças de que, pelo menos, definirá de uma vez por todas a que raio era que estávamos assistindo.

Um comentário:

Aline disse...

Eu também acompanho desde o começo, mas já estou me acostumando de que o final vai ser uma besteira qualquer e eu vou ficar louca de raiva por ter assistido os seis longos anos.